Educação

Anuário da educação básica do Brasil

Para exemplificar, transcrevo alguns dados de relevância: “metade das crianças brasileiras de 8 e 9 anos ainda não está plenamente alfabetizada".

Divulgação

Afirmar que a “a educação é o único caminho para o desenvolvimento econômico e social de um país” já se tornou um mantra aqui neste espaço, fazendo coro com a maioria dos educadores quando são discutidos os problemas do sistema educacional brasileiro, em especial quando as pesquisas comprovam que, a cada dia, o cenário se apresenta mais desafiador.

Lançado em 2012, o Anuário Brasileiro da Educação Básica é um instrumento de consulta e de acompanhamento da evolução da qualidade da Educação no País, organizado com base nas 20 metas do Plano Nacional de Educação (PNE), e aponta os principiais desafios que precisam ser vencidos para que a educação avance com qualidade. Sobre o relatório 2019 divulgado esta semana, com base nos dados de 2018, é oportuno que se teça alguns comentários sobre os resultados, que mais uma vez expõem, com dados e informações objetivas, as deficiências do ensino básico no país.

O Anuário Brasileiro da Educação Básica mostra um cenário preocupante com índice de aprendizagem muito baixo, ocasionado pela falta de professores bem preparados, justificando-se então a má qualidade do ensino básico. É inaceitável que 37,8% dos docentes do Ensino Fundamental, e 29,2% do Ensino Médio, não tenham cursado licenciatura ou complementação pedagógica para a disciplina específica que lecionam. Como cobrar qualidade na educação se os responsáveis pela condução do processo de ensino e aprendizagem não são qualificados? Ninguém pode dar aquilo que não possui… A qualidade do ensino está inegavelmente atrelada à qualidade dos professores. Junte-se a esse fator, as más condições de trabalho e os baixos salários, daí se entender por que a educação brasileira não evolui. E pensar que é na base que são construídos os sólidos pilares que darão sustentação ao cidadão do futuro.

Seria interessante se todos os professores e gestores se debruçassem na leitura, interpretação e avaliação dos dados divulgados para terem uma visão da gravidade do atual quadro do ensino. É uma radiografia completa da educação de cada estado, e se faz necessário que, principalmente os gestores, tomem conhecimento desses indicadores, tanto nacionais quanto regionais, para buscarem estratégias eficientes, garantindo avanços efetivos.

Para exemplificar, transcrevo alguns dados de relevância: “metade das crianças brasileiras de 8 e 9 anos ainda não está plenamente alfabetizada. E para cada 100 jovens que concluem o Ensino Médio, apenas 10 têm o conhecimento esperado em Matemática para o fim da etapa. Isso sem contar os que ficam pelo caminho: para se ter ideia, 36% dos brasileiros de 19 anos não concluíram os estudos”.

Diante dos fatos, é bom lembrar que o momento é agora…Precisamos garantir a aprendizagem de nossos jovens e crianças. Não temos mais tempo a perder: mudamos a educação ou nossos jovens serão condenados pela falta de oportunidades no futuro. O conhecimento é tudo…

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