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Amrec permanece sem leitos de UTI pediátrica para Covid-19

Na última semana, duas crianças, uma do Rincão e outra de Criciúma, foram internadas em Tubarão.

Divulgação

Duas crianças da Região Carbonífera tiveram que ser internadas em UTI por causa de Covid-19 na última semana. Na Amrec ainda não há leitos pediátricos ativos para coronavírus, portanto, elas tiveram que ser encaminhadas para o Hospital Nossa Senhora da Conceição, em Tubarão.

Atualmente, o Nossa Senhora da Conceição é o único da regional Sul da Saúde do Estado a fazer internação pediátrica de UTI para Covid-19 pelo SUS. Desde julho, cinco leitos para crianças e adolescentes até 14 anos estão habilitados na casa de saúde.

Na última sexta-feira, dois dos cinco leitos foram ocupados: uma criança do Balneário Rincão com Covid-19 confirmada e outra de Criciúma com suspeita. A assessoria de imprensa do hospital confirmou as duas internações, mas não pode passar mais informações sobre a faixa etária e o quadro de saúde dos dois pacientes.

Leitos em Criciúma

A referência para tratamento pediátrico pelo SUS em Criciúma é o Hospital Materno Infantil Santa Catarina. No entanto, o hospital não tem leitos habilitados para a Covid-19. Portanto, realiza o atendimento às crianças com suspeita do vírus, mas em caso de internação, elas precisam ser deslocadas para outra unidade de saúde, que tenha ala de Covid-19 pediátrica.

De acordo com a secretaria de Saúde do Estado, está em fase de habilitação três leitos para Covid-19 no Santa Catarina; resta apenas a resposta do Ministério da Saúde.

Em Criciúma, dos mais de 4,5 mil casos confirmados de coronavírus, poucos são em crianças: de acordo com o boletim epidemiológico divulgado pela prefeitura no domingo, apenas 0,8% dos casos registrados eram em crianças entre 0 e 4 anos e 1% em crianças entre 5 e 9 anos. Na somatório, são menos de 100 casos nas duas faixas etárias.

Mais brandos

O entendimento inicial da medicina, logo que o vírus tornou-se evidência internacional, era de que a incidência e a propagação entre crianças eram menores do que nos adultos. Porém, atualmente, estima-se que o grau de contágio é o mesmo, mas que, em crianças, o vírus desenvolve-se de forma mais branda, causando menos casos graves, muitas vezes assintomáticos.

“A maioria dos quadros são leves, mas existe a importância do isolamento porque elas podem transmitir para pessoas de risco e aí sim teria mais complicação”, alerta o pediatra André Rampinelli Mangili. À reportagem, o médico lembrou, inclusive, que os tratamentos para crianças são diferentes aos dos adultos. “Hoje é basicamente medicação sintomática e isolamento por 14 dias”, explica.

De acordo com Mangili, há duas teorias mais aceitas sobre o desenvolvimento mais brando do coronavírus no organismo das crianças. “Uma diz que as crianças teriam uma menor expressão da Enzima Conversora de Angiotensina (ECA) e assim desenvolveriam o quadro menos grave. Outra é de que a criança responderia menos do que os adultos quanto à cascata inflamatória. O adulto, quando agredido pelo vírus, teria resposta inflamatória muito maior”, aponta o médico.

“Como é uma razão nova, não se tem definição bem evidente de porque isso acontece nas crianças. Normalmente, para o coronavírus em criança, está sendo um quadro bem parecido ao resfriado comum. Coriza, tosse, espirro, dor de cabeça com febre ou não”, acrescenta Mangili.

O médico explica que as crianças em fase lactante e pré-escolar acabam tendo mais incidência de quadros graves da Covid-19, mas ainda muito mais baixa do que nos adultos.

Com informações do site TNSul

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