A sessão do júri, realizada no dia 5 de maio, terminou inocentando Júlio César Leandro da intenção de matar Maristela
A defesa de Maristela Strighini, arrastada por 800 metros em Rio do Sul por Júlio Cesar Leandro, em 2014, pediu a anulação do julgamento. A apelação feita pelo assistente de acusação foi protocolada nesta quarta-feira (18). Ao TJSC (Tribunal de Justiça de Santa Catarina), o advogado solicita que um novo júri seja realizado.
A acusação sustenta que o juiz que presidiu a sessão não foi imparcial e, por parte dos jurados, a decisão foi contrária às provas apresentadas. A antecipação da prescrição da pena também é questionada na apelação.
A sessão do júri, realizada no dia 5 de maio, terminou inocentando Júlio César Leandro da intenção de matar Maristela. Neste caso, a acusação de tentativa de homicídio foi entendida como lesão corporal culposa no trânsito, crime já prescrito.
Além da anulação, o advogado Luiz Vicente de Medeiros pede que, depois, a nova audiência seja realizada em outro foro. “Blumenau, Joinville ou Florianópolis! Confiamos no TJSC, mas não aceitaremos outra decisão que não seja anulação do julgamento”, ponta o assistente de acusação.
Maristela queria depor
Maristela Strighini estava na sessão no dia da audiência, e manifestou o desejo de depor. Mas as testemunhas foram definidas antecipadamente e, por essa razão, o juiz não aceitou a inclusão.
A acusação queria que as marcas do corpo dela servissem como provas e, tendo o pedido negado, entende que o juiz não foi imparcial. “Ele não poderia indeferir a oitiva dela em plenário; ela foi arrastada e mutilada viva”, argumenta Medeiros.
O advogado mencionou que a família está disposta a ir “até o fim” para mudar o desfecho deste caso. “Se precisar, vamos à Brasília”, pontua.
Ministério Público não recorreu
A peça jurídica também lamenta “inércia” do Ministério Público, que deixou vencer o prazo e não recorreu da decisão. Além disso, a acusação vai processar uma testemunha que teria “mentido” de forma escancarada.
Medeiros também descreve, na apelação, que o juiz saiu da cadeira dele e, “de forma abrupta”, destruiu um banner que elucidava o mapa onde os fatos ocorreram. A prova também não foi incluída antecipadamente.
“Uma atitude jamais vista! Ele recolheu com suas próprias mãos nosso banner, juntado aos autos, prejudicando a acusação”, dispara.
Juiz lembra que audiência foi transmitida ao vivo
Questionado sobre o assunto, o juiz, Cláudio Márcio Areco Júnior, que presidiu a sessão, disse que não vai se manifestar. Ele lembrou que o julgamento foi transmitido pelo canal do TJSC do Youtube.
Trechos estão replicados em veículos de comunicação do estado e podem ser reproduzidos, segundo o magistrado. “Quem tiver dúvidas, tire suas conclusões”, sugere.
O advogado de Leandro, Paulo Voltolini, informou que ainda não tem conhecimento sobre a apelação; por isso, não falará agora sobre o assunto.
Relembre o caso
No dia 13 de abril de 2014, Maristela Stringhini estava na moto conduzida pelo noivo, quando o casal se envolveu em um acidente. Ela caiu e ficou presa embaixo do carro.
O condutor do veiculo, Júlio Cesar Leandro de 21 anos, não parou, e ela foi arrastada por cerca de 800 metros pelo centro de Rio do Sul. A vítima teve ferimentos pelo corpo todo e os seios foram mutilados.
Com informações do ND+