Dive enviou na sexta-feira (17) um ofício às cidades pedindo para que erros sejam corrigidos; segundo MS, quase 800 doses sem autorização da Anvisa foram aplicadas no Estado
Um levantamento da Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive) identificou que ao menos 277 municípios podem ter feito a aplicação de doses não autorizadas pela Anvisa em adolescentes em Santa Catarina. A investigação ocorreu após o Ministério da Saúde divulgar na última quinta-feira (16) que quase 800 pessoas entre 12 e 17 anos receberam vacinas de outros fabricantes no Estado.
No momento, apenas a vacina da Pfizer tem o aval para a aplicação nos adolescentes. A lista com as cidades, no entanto, não foi divulgada. De acordo com a Dive, a orientação é que a correção dos dados ocorra de “forma célere”. Por isso, na sexta-feira (17), os municípios receberam um ofício para a conferência das informações.
A ideia, segundo a diretoria, é que os dados sejam validados o quanto antes pelos municípios. Caso tenha algum problema, no entanto, ele deve ser reportado à Diretoria de Vigilância Epidemiológica.
Durante a reunião do Comissão Intergestores Bipartite (CIB), o superintendente em vigilância em saúde, Eduardo Macário, alegou que, caso seja confirmado que houve a vacinação errada, o adolescente será acompanhado.
— Se foi erro de digitação, corrige. Se não for, notifica e esse adolescente será acompanhado — disse no encontro.
O Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) também monitora a situação.
Quase 800 adolescentes receberam vacinas não autorizadas, diz MS
Até esta segunda-feira (20), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) apenas havia autorizado o uso de vacinas da Pfizer em pessoas de 12 a 17 anos. Porém, segundo o Ministério da Saúde, 797 adolescentes de Santa Catarina receberam doses de outros fabricantes.
Ao todo foram 353 doses da Astrazeneca, 420 da Coronavac e 24 da Jansen. Além disso, nos dados do MS, consta que 195 adolescentes já receberam a D2, apesar de a campanha no Estado ter iniciado no início de setembro. Ou seja, se eles foram imunizados com a Pfizer, eles só podiam receber a vacina complementar em dezembro, por exemplo, levando em conta o intervalo de 12 semanas.
Ainda de acordo com a pasta, dos 1,5 mil adolescentes brasileiros que tiveram reações após tomar a vacina contra a Covid, 93% foram de jovens que tomaram vacinas erradas.
SC contraria recomendação do Ministério da Saúde
Na quinta-feira (16), após apresentar os números, o Ministério da Saúde pediu a suspensão da vacinação em adolescentes que não tivessem comorbidades. Porém, após reunião da CIB, Santa Catarina rejeitou a proposta e decidiu por continuar com o calendário.
O grupo, durante o encontro, criticou a decisão, alegando que é preciso avançar na imunização dos catarinenses.
— Todos os grupos são importantes. Por isso, temos que continuar a vacinação de todos os adolescentes — disse o presidente do Conselho de Secretarias Municipais de Saúde de Santa Catarina (Cossems/SC), Daisson Trevisol.
Com informações do NSCTotal