Traficantes residentes no Paraguai abasteciam grupos criminosos no litoral. 13º mandado seria cumprido em MS, mas suspeito está no país vizinho.
A Polícia Federal deflagrou nesta quarta-feira (3) em Santa Catarina a Operação Cidade Nova, com o objetivo de desarticular uma quadrilha de traficantes de drogas baseados no Paraguai que enviavam entorpecentes para o litoral catarinense.
Conforme o delegado Thiago Giavarotti, da PF em Itajaí, foram cumpridos 12 mandados de prisão preventiva nesta quarta nas cidades de Itajaí e Balneário Camboriú, no Litoral Norte. Desses, sete já estavam presos por outros crimes e outros cinco estavam em liberdade.
Um 13º mandado de prisão, em Mato Grosso do Sul, não foi cumprido porque o suspeito está no Paraguai. "Como ele tem nacionalidade brasileira, é possível entrar com pedido de extradição, o que vamos fazer", disse o delegado. O mandado deverá ser cumprido pela Secretaria Nacional Antidrogas – Senad.
Também foram cumpridos sete mandados de busca e apreensão. Pela manhã, foram apreendidos mais 10 quilos de maconha na casa de um suspeito e 1,5 quilo na residência de outro, ambas em Itajaí.
A operação contou com a participação de policiais federais e militares de Itajaí e Balneário Camboriú, no Litoral Norte.
Investigação
Conforme a PF, a investigação teve início em agosto de 2015, quando o Setor de Análise da Delegacia passou a acompanhar as atividades de dois primos de Itajaí, que haviam recebido um carregamento de maconha.
Foram identificados dois traficantes residentes no Paraguai, segundo a PF. "Eles são os chamados 'brasiguaios': nasceram no Brasil mas também foram registrados no Paraguai", explica o delegado.
Com familiares em Balneário Camboriú, eles seriam responsáveis por abastecer ao menos outros dois grupos criminosos, um deles em Balneário Piçarrase outro em Balneário Camboriú.
Segundo o site G1 SC, um dos suspeitos já preso, um paraguaio, foi detido na semana passada em Itajaí. Ele, que anteriormente cumpria pena por tráfico de drogas no estado de São Paulo, havia fugido ao receber o benefício de saída temporária.
Novas prisões não estão descartadas, segundo Giavarotti. "Vamos analisar o material apreendido", informou o delegado.