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Falar de abuso sexual é algo extremamente repugnante, pois sendo “abuso” fere os princípios da dignidade humana, revolta, causa náuseas, rancor. Mas, quando o abuso refere-se a crianças, não tem como conter a indignação, pois a criança é o maior patrimônio de um país e por isso deve ser provida de todos os quesitos básicos para que tenha qualidade de vida e assim preparar-se para assumir seu lugar na sociedade e dela cuidar. Para tanto, deve ser tratada com respeito para que saiba respeitar, valorizar a vida, amar seu semelhante, ser cidadão atuante no meio em que está inserido.
Além da violência doméstica, física, psicológica, negligência, abandono e outras agressões, não há um dia sequer, nos últimos tempos, que os meios de comunicação não tragam à tona casos hediondos de abuso sexual envolvendo crianças e adolescentes. Os números, comprovados em pesquisas, são preocupantes e aumentam muito rapidamente mostrando-nos que somos um país ineficiente em programas de políticas públicas de segurança, nossas leis são frouxas, a impunidade e a injustiça se sobrepoem aos direitos do cidadão comum.
Alguns dados das últimas pesquisas mostram-nos ao caos que chegou a sociedade brasileira, em relação ao número de crianças e adolescentes abusadas sexualmente sem que a justiça seja feita. Os números variam de acordo com as regiões pesquisadas, ficando assim distribuídos: um em cada quatro casos de violência sexual infantil no País atinge crianças de até um ano; três em cada quatro casos a vítima tem até nove anos; em seguida crianças de dez a catorze anos. Os abusos acontecem a toda hora, em qualquer lugar:: em praças públicas, ônibus, em casa, na escola, igrejas, no trabalho, shows, enfim o bandido está mais próximo do que possamos imaginar.
O caso que apavorou o país essa semana foi o do coronel reformado da PM no Rio de Janeiro pego em flagrante com uma criança de dois anos nua em seu carro e tentou subornar a polícia como se o ato insano que estava praticando fosse uma coisa normal. É repugnante imaginar aquele "velho nojento" colocando as mãos imundas no corpinho de um ser tão indefeso, talvez vítima de pais irresponsáveis. Será que esse monstro não tem filhos, netos, não tem família? E se fosse com familiares dele, o que faria?
O que desencanta é saber que há vinte anos esse canalha já havia sido preso por abuso sexual de uma criança, mas foi absolvido, provavelmente por ser policial e, como os políticos, gozar de regalias, num país onde a lei é aplicada de acordo com o status do cidadão? Será que vai ficar impune novamente?
E você, leitor, se fosse com sua filha, o que faria? Confesso que se fosse comigo teria coragem de matá-lo… Para defender um filho, nosso maior patrimônio, somos capazes de tudo, pois além de ser uma prática cruel e criminosa, o abuso sexual é capaz de deixar marcas profundas no corpo e na alma das vítimas, principalmente em se tratando de inocentes. A violência contra crianças em todas as suas formas tem o poder de destruir vidas, famílias e projetos.
Sabe-se que a prática da exploração sexual de crianças e adolescentes existe em qualquer parte, mas precisamos acreditar que a justiça seja feita, que um dia possamos ter a certeza que as leis existem para serem cumpridas!