Na maioria das vezes imagens distorcidas da vida real, uma desconstrução de valores, influenciando negativamente na estrutura familiar, lembrando que nem sempre foi assim.
Com o advento da televisão no Brasil, em 1950, as telenovelas começaram a tomar conta dos lares brasileiros, como uma espécie de ritual: reunir a família em frente à televisão após o jantar e assistir despreocupadamente a novela, com modelos de comportamentos através de uma trama bem costurada para que a sociedade responda aos estímulos ali produzidos. Na maioria das vezes imagens distorcidas da vida real, uma desconstrução de valores, influenciando negativamente na estrutura familiar, lembrando que nem sempre foi assim.
Assistir novelas hoje, em determinadas emissoras, assim como tantos outros programas televisivos, exige muita responsabilidade do telespectador porque é imprescindível ter um espírito crítico e um alto nível de discernimento para entender as intenções implícitas, separar o “o joio do trigo”, pois com a evolução tecnológica e a ganância na concorrência pela audiência, o nível das programações vem atropelando tudo e colocando em risco a integridade dos conteúdos, provocando a desestruturação da família ao impor valores e atitudes por meio de um imaginário social não condizente com o público alvo.
É comum afirmar que a novela é um momento de lazer, uma forma de apagar o estresse de um dia de trabalho, uma forma de relaxamento, porém há muito as novelas de “determinadas emissoras” perderam a essência ao retratar problemas sociais de forma (des)educativa. Assuntos abrangentes como racismo, violência, sexualidade, alcoolismo, drogas, e tantos outros temas comuns na sociedade são tratados de forma deturpada da realidade. O que vemos hoje em muitas telinhas é uma realidade implantada no decorrer dos anos de dominação: traições banais, mentiras, adultério como um passatempo sem culpa e sem vergonha, troca de parceiros como se troca de roupas, droga glamourizada, prostituição escancarada, libertinagem, deboches, críticas a valores tradicionais, traição entre pais e filhos, desrespeito no seio familiar, banalização do sexo, jogo de interesses, e tantos outros que levam à alienação e à fuga da realidade. Tudo na contramão dos valores éticos e morais de uma sociedade de bem.
A novela “A Dona do Pedaço” deixou péssimos exemplos expostos de forma requintada, despertando a curiosidade dos telespectadores influenciáveis, aqueles que acompanham de forma acrítica o desenrolar da trama. Lições como: o mal vence sempre, trabalho honesto não enriquece, deboche da fé, uso da Bíblia como uma farsa, matar por dinheiro, família conivente com o assassino propiciando uma vida de luxo em outro país com nome e passaporte falsos, glamourização das relações homoafetivas como se na vida real não houvesse dificuldades para viver esta situação… Essas e tantas outras lições são passadas repetidas vezes, sendo aos poucos assimiladas como regras normais de uma nova sociedade. É deprimente.
Novela não é real. Tudo é programado, do início ao fim do modo que lhes convém… A vida não é uma novela e cada dia é um novo dia, cabendo a Deus a condução de nossa história.