Mais uma vez as ruas se enchem de luz, cores, canções de paz, hinos de louvor, doces mensagens, presentes, confraternizações, ilusões, consumismo, tudo para comemorar o aniversário mais importante para a humanidade: o de Jesus. Mas, por incrível que pareça, o aniversariante, aquele que nos deixou as maiores lições de vida, mostrando que é preciso viver a humildade, a caridade, o amor, o respeito, a valorização do ser humano, é o menos lembrado. Mergulha-se na onda do consumo atendendo apelos midiáticos e esquece-se que a essência do natal está em outra dimensão, não a encontramos em loja alguma, não há dinheiro capaz de comprá-la, pois reside dentro de cada um de nós.
Existem diferentes maneiras de celebrar o Natal: religiosa, familiar, social e até política, pois é a ocasião em que todos se deixam envolver pelo espírito de fraternidade e, ouso dizer que para muitos uma “falsa fraternidade”. São festas que acontecem cada qual no seu mundo, excluindo o próximo, da mesma forma que a sociedade excluiu Jesus há dois mil anos, negando-lhe abrigo, deixando-o nascer numa estrebaria. Ele nasceu pobre e humilhado para mostrar ao mundo que a vida é muito mais que ostentação.
A vida deve ser feita de amor, de doação, enxergar o outro além das aparências. Festejar o Natal não significa vestir roupas novas, comprar ricos brinquedos, desfilar carros novos, consumir excesso de guloseimas… Tudo isso é muito bom, mas não faz parte da realidade de grande número da população brasileira que não tem nem as condições básicas para viver.
O natal se aproxima e esperamos com ele o desejo mais sincero de ser e fazer o próximo feliz, de fazer um “balanço” interior e jogar para longe tudo que representa impedimento de paz, amor, fraternidade. É tempo de renascimento, tempo de perdoar e perceber que o amor ao próximo é condição essencial para ser e fazer o outro feliz. Ninguém é feliz sozinho… Mas, na maioria das vezes percebemos que famílias se juntam para confraternizar fingindo paz, sinceridade, quando na realidade nos demais dias do ano não se importam uns com os outros; empresários distribuem cestas básicas saciando momentaneamente a fome, esquecendo-se que ela é presença constante na vida desses seres menos favorecidos na sociedade.
É tempo de amar e ser amado, tempo de agradecer o milagre da vida e o dom de ser e ter família; é tempo de ser mais solidário e fazer algo por quem tem menos que nós; é tempo de dar mais amor, conversar, abraçar, doar, enfim de transformar em prática o discurso de paz e fraternidade, de amor e equidade, que mora dentro de nós, pois caso contrário nosso natal será apenas comercial, mera futilidade.
Sendo o Natal a prática diária do bem, o exercício da doação, o envolvimento dos pensamentos e corações em cada gesto, cada atitude façamos que a comemoração não seja apenas no dia do natal, mas seja o início de uma nova postura frente às necessidades diárias do mundo, redescobrindo o amor ao próximo, indispensável para um mundo novo e melhor.
E assim encerramos mais um ano… Quem sabe em 2017 nossos projetos para as mudanças se concretizarão…
Obrigada aos leitores e leitoras pelo carinho recebido. Um natal abençoado e cheio de luz a todos!