Economia

Suinocultor de Lauro Müller está entre os mais produtivos de SC

A carne suína consumida do outro lado do mundo, em países como Japão, China e Rússia é produzida no Brasil, em muitas granjas catarinenses, entre as quais a granja Mazon de Lauro Müller.

O município não é apenas o maior produtor de carvão como é conhecido, pois há alguns anos a produção de suínos tem aumentado em muito em Lauro Müller.

Apesar dos altos patamares de preços da carne suína no mercado interno, as cotações externas estão ainda mais atrativas, favorecendo os embarques e garantindo a solidez do valor interno, conforme afirma o Centro de Estudos em Economia Aplicada da Esalq/USP (Cepea).  A qualidade do suíno catarinense começa a ser monitorada antes mesmo do nascimento, com utilização de produtos de alta tecnologia, dentro dos padrões exigidos pelo mercado importador, sendo rastreado por código de barra até as gôndolas do supermercado.

O Japão, além de importar grande quantidade, é um mercado muito interessante porque é altamente exigente, compra qualidade, o que leva a uma melhora do padrão de nossas granjas e indústrias, inclusive para atender ao mercado interno, e paga muito bem por isso. O Japão importa cerca de 25% do que o mundo produz, em toneladas, de carne suína, mas essa importação representa quase 50% dos valores envolvidos com as importações mundiais do produto.

O produtor de suínos de Morro da Palha, Lauro Muller, Maurício Mazon é grande exemplo deste crescimento da suinocultura no Brasil, Santa Catarina e em Lauro Müller.

A granja Mazon possui cinco funcionários que revezam plantão dia e noite na produção de leitões desmamados (UPL). Com um plantel de aproximadamente 500 matrizes, a granja produz e entrega mensalmente 1.250 leitões, embarcados semanalmente para as granjas de crescimento (crechários), que segue depois para a engorda nas granjas de terminação no Oeste Catarinense e no Estado do Mato Grosso.

Parceria com cooperativa e agroindústria

A parceria e o incentivo para o aumento da produção vêm da Cooperativa Auriverde e da Indústria de Alimentos Aurora que beneficia e exporta a carne suína.

Ampliada recentemente, a granja de Mazon está recebendo os últimos equipamentos que vão possibilitar que o empresário dobre a sua produção a partir de janeiro de 2015. O empreendimento já está recebendo os primeiros lotes de um total de 500 novas matrizes, o que vai permitir uma produção de 2,5 mil leitões/mês.

Com a evolução e a aplicação das tecnologias na produção, genética, nutrição e o bem estar animal em um ambiente adequado e confortável para as matrizes, os números passaram a focar nos leitões, que são manejados de forma a se obter um melhor desenvolvimento dos nati-vivos.  A maioria dos partos (90%) é assistida por um funcionário, evitando complicações para a mãe e para o filhote na hora do nascimento. O objetivo é organizar as primeiras mamadas do colostro, fonte principal de anticorpos passados para o animal na primeira hora de vida o que promoverá maior proteção à sua saúde.

Produtor é destaque no setor

O manejo apurado e a atenção especial ao leitão recém-nascido promove um resultado maior e melhor, diferenciando a granja Mazon das demais e colocando-a entre as primeiras colocadas no ranking nacional, acompanhada pela AGRINESS, uma empresa que oferece poderosas ferramentas de centralização e consolidação de dados, levando a donos de granjas, gerentes, veterinários e consultores informações preparadas especialmente para auxiliá-los na análise, acompanhamento e tomada de decisão para o seu negócio.

Desde que implantou novas técnicas de manejo em sua granja, Mazon conseguiu aumentar sua produção em 20%. “Há uns sete ou oito anos, nós produzíamos uma média de vinte e três leitões por fêmea/ano, agora esse número esta na casa dos trinta. Isso nos dá uma rentabilidade maior”, explica o suinocultor.

Técnicas importadas da Espanha

Buscando estar sempre a par das novidades no setor, o empresário participou no mês passado de uma viagem técnica à Espanha, país com clima e características semelhantes as do sul catarinense, para adquirir novas técnicas de climatização e bem-estar animal, que já estão sendo implantadas em sua granja.

Reajuste deu novo ânimo aos produtores

Na última sexta-feira (31/10), o suíno vivo, teve uma alta, de R$ 4,10/kg para R$4,20/kg. Em Santa Catarina, a alta foi de R$4,75/kg para R$4,85/kg. Mato Grosso do Sul, que estava há um bom tempo sem altas, subiu seu preço médio de R$3,60/kg para R$3,80/kg (fonte: Porkword). Assim, a atividade familiar que já correu risco pelas constantes crises do setor e que por pouco não engordou as estatísticas do êxodo rural no estado e no município, agora emprega, gera renda e abre divisas.

Colaboração: Júlio César Cardoso

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