Alunos produziam em média 600 fraldas diariamente
Num canto da sala, coberta por um pano e ainda dividindo espaço com os alunos e suas novas atividades, a máquina de fabricar fraldas, da Associação de Pais dos Excepcionais (Apae), de Braço do Norte, já não pode ser mais usada. Há dois anos, o equipamento utilizado pelos apaeanos como fonte de renda teve que ser paralisado por determinação da Vigilância Sanitária do Estado. Agora, as máquinas estão à venda.
Adquirido pela entidade há quatro anos, o equipamento era destinado à produção de material higiênico e agora é apenas mais um utensílio que está a espera de um novo ‘dono’. “Infelizmente, não por vontade, mas, por determinação do Estado, tivemos que parar. Lutamos de todas as formas para reverter a decisão, contudo , não houve jeito. O que nos resta agora é encontrar um comprador para a máquina”, diz a diretora da Apae, Emídia Fraga.
Segundo Emídia, para continuar a fabricação das fraldas, a entidade deveria legalizar a produção. “Teríamos que ter um registro da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), além de contratar os nossos trabalhadores, que eram os próprios apaeanos. Porém, não tínhamos como fazer isso”, revela a diretora.
A fabricação do material higiênico era feita por 24 alunos da entidade. “Como eles já tinham idade para ocupar alguma função e poderiam ganhar algo com a produção resolvemos colocar a máquina. Mas, não podemos continuar. Todo o dinheiro arrecadado com as vendas das fraldas era revertido para a compra de mais matéria-prima e o restante era dividido entre os alunos que participavam da produção”, relembra Emídia.
Alunos encontram novo “afazer”
Sem se deixar abater com a mudança imposta pela Vigilância Sanitária, em não poder mais fabricar as fraldas na Apae, os alunos da entidade de Braço do Norte, junto à direção e professores, encontraram uma nova forma de ganhar dinheiro e se ocupar. Com retalhos em mãos, agora os alunos dedicam-se à confecção de produtos artesanais, como os tapetes.
Vanderlei Machado, o “Lei” é um deles. Antes a determinação de não produzir mais fraldas na entidade, Lei cuidava da máquina e ajudava na produção do produto higiênico. “Eu era quem segurava o rolo para poder fazer a fralda”, lembra Lei, enquanto cuidava da sua nova função: produzir estopas para a montagem dos tapetes.
“Infelizmente, teremos que vender a máquina de fraldas. Porém, conseguimos encontrar outro meio para que os nossos alunos possam se ocupar e ainda, com a vendas dos produtos feitos por eles, ganhem um ‘dinheirinho’”, fala a diretora da Apae de Braço do Norte, Emídia Fraga.
A diretoria da Apae está fazendo uma avaliação da máquina para ver quanto vai pedir pelos equipamento.
Folha do Vale