Conforme dados do Conselho Nacional da Justiça (CNJ), publicados em 2013, com base no censo escolar 2011, temos no Brasil cerca de cinco milhões e meio de crianças em cujos registros constam apenas o nome das mães.É um número bastante elevado e coloca em questão a irresponsabilidade social de indivíduos que ao não assumirem a paternidade, negam ao filho o direito a uma identidade.
A figura do pai tem um papel importante no desenvolvimento da criança como um todo, pois se ela se sentir rejeitada pode tornar-se uma pessoa insegura, ter sua autoestima diminuída, e em consequência um baixo rendimento escolar, uma infância e adolescência sofridas.
Pai e mãe, juntos ou separados, são indispensáveis para que os filhos tenham equilíbrio na vida, porque devem ser exemplos na formação dos valores inerentes ao ser humano. Se não foi possível a convivência do casal, é importante que nunca se esqueçam que filho é um caminho sem volta, é para sempre, pois é sangue de nosso sangue e temos a responsabilidade de conduzi-lo para o caminho do bem, na busca da realização pessoal para ir ao encontro da felicidade.
Contudo, ser pai não é apenas registrar um nome numa certidão. Os compromissos de um pai vão muito além do dever de assumir o filho que colocou no mundo, porque a vida de um ser humano independe da burocracia. O documento é uma questão legal, mas a responsabilidade de moldar a vida do ser que foi gerado é uma tarefa que não podemos transferir para terceiros, muito menos comprar com todo o dinheiro do mundo.
Ser pai é viver uma grande aventura, é enfrentar obstáculos no caminho, mas acreditar sempre que de sua atitude dependerá o sucesso da geração futura. É preciso ser amigo na hora certa, viver com o filho e nunca viver por ele, porque ele será um cidadão frustrado se não caminhar com as próprias pernas. Um bom relacionamento entre pais e filhos resulta do diálogo, da compreensão, companheirismo, autoridade sem autoritarismo, muito amor, apoio, paciência, bom humor.
Costumo dizer que a paternidade é uma função para a qual não há férias, 13º salário, nem aposentadoria, porque “filho é um caminho sem volta”. Todo filho caminha seguindo os passos dos pais, por isso é preciso que os pais sejam firmes na caminhada evitando que percalços desnecessários atrapalhem o caminhar de seus filhos, pois todo descuido poderá se fatal. Não esquecer nunca que um não pai precisa dar aos filhos tudo o que eles querem, mas sempre deve dar o que considera conveniente para torná-los seres humanos felizes e responsáveis. Isso é muito mais que um nome na certidão.