Dentre tantos fatos e emoções que o país tem vivido com a realização do maior evento esportivo mundial, algumas atitudes chamam nossa atenção, mesmo quando enfocadas de forma meio rápida. Desde o exemplo dos japoneses com relação ao cuidado com o lixo no meio ambiente, a alegria contagiante dos torcedores, o amor demonstrado por ocasião da execução do hino de cada nação, o brilho nos olhos de tantas crianças torcendo pelo seu time, até a falta de educação de tantos outros mal educados que denigrem a imagem de sua nação, a exemplo dos roubos de ingressos em frente aos estádios, e tantas outras ocorrências. E aqui vale lembrar que não há de se culpar só o Brasil pelos deslizes ocorridos. Muito pelo contrário, bastantes coisas erradas e desagradáveis tiveram origem na postura e comportamento de turistas estrangeiros.
Mas, minha reverência hoje é para aquele jovem carioca, de dezenove anos, que encontrou num ônibus a mochila de um turista estrangeiro contendo: ingressos para os jogos da copa, cartão de crédito, passaporte, demais documentos pessoais, e procurou os meios de comunicação procurando auxílio para encontrar o dono da mochila. Belo exemplo de educação, responsabilidade, honestidade, valores esses em extinção na sociedade como um todo. Isto se chama caráter, instância maior da personalidade, e forma-se no seio da família. Que orgulho e alívio para os pais ao tomarem conhecimento da atitude do filho, pela certeza que deram ao menino uma educação íntegra!
Volto aqui àquela tecla de sempre: tudo é questão de educação, que deve vir de casa para intervir na construção da sociedade. Os pais precisam ter consciência de que têm o compromisso de dar às futuras gerações a certeza de um mundo melhor, a partir da contribuição de cada um, partindo sempre do princípio que o caráter deve se sobrepor às injustiças e aos desmandos da sociedade.
É possível ser bom, feliz, honesto, útil, humilde, mesmo em meio a tantos desencantos; basta que os filhos sejam ensinados a canalizar suas ações para a construção de uma obra que possa ser útil às gerações futuras. Os pais precisam acreditar que tudo é possível quando há vontade, determinação, união, reciprocidade, cumplicidade na busca do melhor. Acredito no exemplo, no diálogo, no apoio para a edificação do caráter de nossa juventude, basta que se tenha humildade e coragem.
É preciso que o ser humano descubra que a falta de humildade gera tolice, a arrogância, a mediocridade. Humildade e coragem não faltaram àquele jovenzinho, que soube pôr em prática as lições apreendidas no seio familiar.
E você, que atitude tomaria? Seja honesto na reflexão, porque é muito fácil dizer e pensar, mas o difícil mesmo é agir!