São assustadoras as últimas estatísticas sobre o aumento do consumo de álcool entre adolescentes e jovens. Hoje, os adolescentes entre 14 e 17 anos são responsáveis por 6% do consumo no Brasil, e os jovens entre 18 e 25 anos respondem por 40%. São dados preocupantes, pois se sabe que o cérebro absorve muito rapidamente o álcool levando à dependência. Assim, quanto mais cedo se dá a iniciação ao uso, maior a probabilidade de tornar-se um dependente químico.
Os danos causados pela ingestão do álcool na adolescência são irreversíveis, pois afetam habilidades de cognição do cérebro: gera o déficit de aprendizagem, ocasiona a falta de memória, dificuldade de autocontrole, ausência de automotivação. O indivíduo deixa de ser ele mesmo e passa a ser o que a droga determina, criando assim máscara para esconder seus problemas. É uma agressão ao organismo, é a autodestruição, pois as doenças desenvolvem-se silenciosamente. O fígado é um órgão que adoece muito lentamente, e somente quando está destruído em 80% dá os primeiros sinais da doença chamada “cirrose hepática”, infelizmente incurável.
Além da doença que o usuário desenvolve, que é um grave problema de saúde pública, temos ainda a questão da violência, pois todo indivíduo alcoolizado comete danos de uma forma ou de outra à sociedade: é desunião familiar, crimes, perturbações, enfim tiram o sossego dos outros. Mas, o dado mais alarmante são os acidentes de trânsito, pois estaticamente provado, passa de 50% o número de acidentes causados por indivíduos alcoolizados. São verdadeiros monstros, irresponsáveis, que por vezes destroem famílias inteiras.
È preciso que os pais retomem as rédeas da educação familiar e imponham-se com os filhos, educando-os para a vida com responsabilidade e respeito. A família não pode ser conivente com esses abusos que os adolescentes e jovens hoje cometem. Lamentável é saber que às vezes começa dentro do próprio lar, pais não dão exemplo, não impõem a autoridade a que têm direito, até por que não dão o devido exemplo.
É necessário que as famílias resgatem a autoridade que lhes é de direito e imponham limites, mesmo que para isso precisem enfrentar barreiras, pois é melhor sofrer educando, do que chorar na porta de uma delegacia, de um presídio, num cemitério, por ter sido negligente.
É possível mudar as regras do jogo, mas para isso precisamos de atitude. Se a família não for capaz, quem o será? NINGUÉM!