Política

Vice-prefeito Ramiris diz que município precisa de um “choque de gestão”

Foto: Arquivo/Sul in Foco

Foto: Arquivo/Sul in Foco

Não é de hoje que é visível a falta de sintonia entre o prefeito Fabrício Kusmin Alves (PSD) e o seu vice Ramiris Fontanella (PP). Desde que assumiram o comando do município, no ano passado, os dois não conseguiram se entender principalmente, no “jeito de governar”.

Ramiris defende uma linha de ação mais enérgica e com resolução dos problemas mais rapidamente, sem precisar o cidadão reclamar para ser atendido. Para o vice-prefeito, que concedeu entrevista na Rádio Cruz de Malta, nesta sexta-feira (28), a administração está engessada.

“Os meus pensamentos são totalmente diferentes do que está acontecendo na administração. Eu penso que a estrutura pública tem estar totalmente voltada ao atendimento da população. O que eu acredito que tenha que ser feito não é o que eu estou vendo acontecer. Algumas das minhas ideias distorcem totalmente do que está acontecendo no município. Eu apresentei algumas dessas ideias em determinado momento e elas não foram levadas em conta. Hoje eu não tenho nenhum envolvimento na administração municipal”, disse Ramiris, que também reclamou da falta de consideração, pois teria no final do ano passado solicitado um relatório do número de servidores que atuam na prefeitura e o documento não foi cedido.

O vice-prefeito falou que foi cerceado de várias maneiras e isso o deixou bastante chateado. “Conversei mais de três vezes com o prefeito para que eu tivesse a gestão da Secretaria de Obras, com um orçamento definido, mas até hoje ele não me deu nenhuma resposta. Já disse ao prefeito e falo publicamente que eu não tenho medo algum de assumir a Secretaria de obras, indicando o secretário, porém gerindo os recursos. Entendo que com o que já se gasta hoje em folha de pagamento e combustível, não precisaria de R$ 100 mil mensais para manter as estradas e equipamentos trabalhando”, afirmou.

Ramiris garantiu que se a gestão da Secretaria de Obras lhe for cedida, em no máximo 90 dias, conseguiria deixar as estradas do município em ótimas condições. “As pessoas me cobram diariamente, vem até eu como se fosse o prefeito, mas eu não tenho a caneta na mão para resolver os problemas que me são apresentados. Eu participo visivelmente da administração, mas nada me é confiado, não tenho poder de decisão”, explicou.

Para mostrar sua vontade em ajudar na administração, Ramiris garantiu que se administrar a Secretaria de Obras e o orçamento de R$ 100 mil mensal for extrapolado, ele paga a diferença do seu bolso.  “Eu acredito que tudo que nós prometemos em campanha é possível fazer, basta querer. É preciso um choque de gestão. Os nossos colaboradores estão ansiosos por isso. A administração está engessada. Precisamos dar poder aos secretários e cobrar resultado deles, assim como se faz na iniciativa privada”, comentou.

Por fim o vice-prefeito falou que não aguenta mais ouvir tantas reclamações. “Sobre a valorização do comércio local, que nós prometemos em campanha, muitos vêm me cobrar sobre essa questão e eu sou obrigado a baixar a cabeça e pedir desculpas. Eu estou numa situação que nunca na minha vida imaginei que estaria. Eu acho que estou devendo para a população, pois fui eleito para desempenhar um trabalho que não estou conseguindo e isto está me deixando triste”, concluiu.

A reportagem do Portal Sul in Foco tentou por diversas vezes manter contato com o prefeito Fabrício, porém não conseguiu localizá-lo.