Segurança

Fotos íntimas acabam virando caso de polícia

Caso como da atriz Carolina Dieckmann é comum em Criciúma. Delegado alerta para prevenção.

É assunto em rede nacional a divulgação de fotos íntimas da atriz global Carolina Dieckmann que veio a tona neste final de semana na imprensa de todo país. Caso este que parece ocorrer só com famosos ou mesmo em outros lugares mais distantes não é raro em Criciúma. Segundo o responsável pela Delegacia de Proteção à Mulher, Criança, Adolescente e Idoso da cidade, o delegado Márcio Campos Neves, a divulgação de poses íntimas que acabam ganhando a internet, é recorrente.

Um a dois casos por semana

Ele aponta que pelo menos, de um a dois três fatos chegam à delegacia especializada. Maioria é de casais, que costumeiramente, depois de uma briga, uma das partes, acaba como forma de vingança pelo término do relacionamento, espalhando na internet. O problema é que a legislação não trata o caso como grave no ponto de vista penal e o responsável acaba tendo uma punição branda. Evitar tirar fotos deste tipo, ou mesmo apagar, para a autoridade policial, é a forma mais adequada de se evitar que fatos como esses acabam se tornando caso de polícia.

Atualmente, dois episódios distintos, envolvendo duas adolescentes de 15 anos, estão sendo investigados. “Este tipo de crime é caracterizado como crime contra honra, o que acaba gerando uma calúnia ou difamação. Ou seja, a punição é bem branda. Não resulta nem em cadeia. No caso, quem se sentir ofendido ainda terá que gastar com advogado se quer ganhar alguma ação em relação a isto. Mas as fotos, depois de ganhar as redes, dificilmente serão excluídas. No caso da Carolina Dieckmann ganhou todo o mundo”, compara Neves.

Outro conselho em que o delegado especializado nestes casos sugere é que, em caso de fetiche, entre o casal, o que é muito comum, deve-se excluir as fotos para evitar futuros problemas.

Transtorno terrível para a vítima

“Uma máquina digital ou um celular, por exemplo, podem ser furtados, ou perdidos. Já o computador pode ser acessado por alguém, até um técnico que pode formatar e ter acesso a qualquer dado já excluído, e espalhar as fotos. E o transtorno que isto causa para a vítima é terrível”, diz.

Conforme ele, muitas garotas acabam mudando de unidade de ensino e até mesmo de cidade por conta do constrangimento causado. “O conselho é para que o público feminino, o mais lesado com isso, não faça essa exposição desnecessária. A mulher não vai ficar nem mais rica, nem mais bonita com isso. O que vai restar apenas para o autor, quando identificado, o que não é difícil, é apenas uma ação de danos morais”, alerta o delegado.

Ele caracteriza que o caso é tão comum, que quando uma jovem de 23 anos foi presa em janeiro deste acusada de participar de uma quadrilha de caixeiros e assaltantes de malotes de agência bancárias e lotéricas em Criciúma, policiais tiveram acesso a fotos dela nua no aparelho celular. “Estava lá e os agentes que ficaram com o aparelho para investigação tiveram acesso a tudo isso”, acrescenta.

Perfil falso também é comum

Criação de perfis falsos em redes sociais com montagens de corpo nus em garotas, de acordo com a autoridade policial, também não é incomum. “Isto é normal e esses casos estão fora do controle da polícia por ganhar o mundo através da rede muito rapidamente. A solução é prevenir a doença e não tratar da dor”, aconselha Neves.

A Tribuna