Saúde

Santa Catarina registra maior surto de coqueluche em uma década

Conhecida como tosse comprida, a doença é transmitida por gotículas liberadas ao tossir, espirrar ou até mesmo ao falar.

Foto: Freepik

Santa Catarina enfrenta o maior surto de coqueluche dos últimos 10 anos, conforme dados do Ministério da Saúde. Em 2024, o número de casos confirmados saltou de 2 para 258, representando um crescimento alarmante de 12.800% em comparação com o ano anterior.

O que é a coqueluche?

A coqueluche é uma infecção respiratória altamente contagiosa, causada pela bactéria Bordetella pertussis. Conhecida como tosse comprida, a doença é transmitida por gotículas liberadas ao tossir, espirrar ou até mesmo ao falar.

Evolução dos casos em Santa Catarina

De 2017 a 2021, os registros da doença apresentaram queda contínua:

  • 2017: 120 casos
  • 2018: 71 casos
  • 2019: 31 casos
  • 2020: 8 casos
  • 2021: 4 casos
  • 2022: 6 casos
  • 2023: 2 casos
  • 2024: 258 casos

Santa Catarina agora ocupa a 6ª posição entre os estados com mais casos no Brasil. O Paraná lidera com 2.423 casos, seguido por São Paulo (1.329) e Minas Gerais (643).

Motivo do aumento de casos

Segundo a médica infectologista pediátrica Sônia Faria, o aumento é parte de um ciclo natural da doença, que tende a ocorrer a cada cinco anos. Durante a pandemia de Covid-19, o uso de máscaras e o isolamento social reduziram a transmissão de doenças respiratórias. Com o fim das restrições, o ciclo voltou a se manifestar.

A coqueluche é mais perigosa para bebês nos primeiros seis meses de vida. Quando há suspeita, a internação é indicada, pois a tosse persistente pode levar a engasgos ou até parada respiratória — explica a médica.

Bebês são os mais afetados

Em Santa Catarina, 82 bebês com menos de um ano foram os mais impactados. Em 2024, o estado voltou a registrar mortes por coqueluche, algo que não ocorria desde 2014.

Dois bebês de dois meses, ambos prematuros e sem doses da vacina, morreram em agosto. O primeiro caso ocorreu em Itajaí e o segundo em Joinville. Nenhuma das crianças apresentava comorbidades.

Principais sintomas da coqueluche

Os sintomas iniciais são semelhantes aos de um resfriado:

  • Mal-estar geral
  • Corrimento nasal
  • Tosse seca
  • Febre baixa

Com o avanço da doença, a tosse se torna severa e incontrolável, podendo causar vômito, fadiga extrema e até dificuldade respiratória. A coqueluche pode durar de 6 a 10 semanas ou mais, dependendo da gravidade.

Vacinação é a principal forma de prevenção

A vacina pentavalente (DTP/HB/Hib) é a principal forma de prevenção e protege contra difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e infecções por Haemophilus influenzae tipo B.

As doses são aplicadas em crianças aos 2, 4 e 6 meses. Gestantes também devem ser vacinadas com a DTP-A a partir da 20ª semana, protegendo tanto a mãe quanto o bebê, que ainda não completou o calendário vacinal.

A vacinação é fundamental. Além de crianças e gestantes, profissionais de saúde que lidam com bebês devem estar imunizados — reforça Sônia.

Diante do aumento de casos e das mortes registradas, autoridades de saúde alertam sobre a importância de manter a vacinação em dia e de buscar atendimento médico diante de sintomas suspeitos.

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