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Entre os anos de 1831 e 1840, o Brasil viveu um período de sua história conhecido como período regencial, ou seja, um tempo que ficou sob o comando de lideranças políticas da capital Rio de Janeiro. Após a abdicação de D. Pedro I, seu filho (futuramente D. Pedro I), ainda era muito novo, com apenas 5 anos, e, em decorrência disso, não poderia governar o país, tendo que antes ser instruído para isso. Por esse motivo, o império estava nas mãos de outras pessoas.
No entanto, durante esse período, o poder acabou ficando muito centralizado somente na capital do império e não consistia em muita autonomia para as demais províncias que o Brasil possuía. Em decorrência disso, esses anos foram marcados por muitas revoltas, como é o caso da Cabanagem, que vamos tratar aqui.
Esse movimento aconteceu na maior província do país, chamada de Grão-Pará, onde atualmente compreende os estados de Amazonas, Pará, Amapá, Roraima e Rondônia. Foi motivado por questões como a ambição das políticas da província em tomar decisões administrativas para o território, melhores condições de vida, disputas políticas e territoriais entre grupos da elite da província e também a já mencionada centralização do poder na capital do império.
O nome “Cabanagem” surgiu em decorrência da moradia típica e muito encontrada na região, onde muitos dos envolvidos no conflito moravam, esses chamados de “cabanos”. No ano de 1835, um grupo de revoltosos se amotinou sob a liderança de Félix Clemente Malcher e Francisco Vinagre, o que acabou gerando o assassinato do então governador da província, Bernardo Lobo de Sousa. Os cabanos, em seguida, indicaram seu líder Malcher para governar Grão-Pará. Entretanto, ele traiu a confiança dos cabanos quando começou a atender algumas ordens do governo imperial, sendo assassinado pelos mesmos e seu cargo ficando aos cuidados de Francisco Vinagre.
Pouco tempo depois, Francisco aceitou a rendição se o governo concedesse anistia aos envolvidos e melhores condições de vida na região. Porém, foi traído e preso, o que levou seu irmão Antônio Vinagre a organizar as tropas revolucionárias para atacar o palácio de Belém, sendo bem-sucedido. Um ano após, em 1836, o fidalgo português Francisco José de Sousa Soares de Andréa, então comandante das forças regenciais da província, declarou guerra aos cabanos, dando autorização para um bombardeio aos assentamentos dos cabanos. A partir daí, a revolta começou a perder força e foi rapidamente sufocada pelas tropas imperiais. O então líder dos cabanos, Eduardo Angelim, foi preso e enviado ao Rio de Janeiro. Embora já com pouca força, o encerramento oficial do conflito foi estabelecido em 1840, mesmo ano que acontece a elevação de D. Pedro II ao trono do império, onde todos os envolvidos foram anistiados.
Fonte consultada:
BEZERRA, Juliana. Cabanagem. Toda Matéria, [s.d.]. Disponível em: https://www.todamateria.com.br/cabanagem/. Acesso em: 6 jan. 2025