O "beijo entre Lua e Vênus" poderá ser observado do Brasil entre os dias 7 e 8 de dezembro, logo após o pôr do sol
Os primeiros dias de dezembro trazem um espetáculo astronômico de rara beleza para os amantes do céu noturno. Em um fenômeno que pode ser observado a olho nu, Vênus, o planeta mais brilhante do Sistema Solar, se aproxima da Lua em fase crescente, formando o que os especialistas chamam de “beijo entre Lua e Vênus”. Este alinhamento ocorrerá na constelação de Sagitário, criando uma visão inesquecível para os observadores.
O evento, tecnicamente chamado de conjunção, acontece quando os dois corpos celestes estão na mesma linha de visão da Terra. A partir do pôr do sol, Vênus se destacará como a “estrela da tarde”, enquanto a Lua, com apenas 12% de sua superfície iluminada, proporcionará um contraste perfeito com o fundo escuro do céu.
Além disso, durante este “beijo entre Lua e Vênus”, o satélite natural da Terra exibirá um fenômeno astronômico conhecido como Luz da Cinderela.
O que é a Luz da Cinderela?
A Luz da Cinderela ocorre quando a luz do Sol, refletida pela Terra, ilumina suavemente a parte oculta da Lua. Normalmente, essa região permanece na escuridão durante as fases crescente ou minguante, mas a luz indireta da Terra revela detalhes quase imperceptíveis a olho nu.
“O fenômeno é fascinante porque envolve uma interação única entre os três corpos celestes. É uma luz que vem do Sol, reflete na Terra e ilumina a Lua. Na superfície lunar, seria como se a Terra fosse um enorme espelho, muito maior que a própria Lua, iluminando-a intensamente”, explicou o astrônomo Marcelo Miller Bertolami ao Infobae.
Durante o “beijo entre Lua e Vênus”, a Luz da Cinderela oferece uma oportunidade singular de observar o lado menos iluminado da Lua, destacando contornos suaves que normalmente passam despercebidos.
Como observar o “beijo entre Lua e Vênus” e a Luz da Cinderela?
O “beijo entre Lua e Vênus” poderá ser observado do Brasil entre os dias 7 e 8 de dezembro, desde que as condições climáticas permitam, como um céu limpo e pouca interferência de luz urbana.
O fenômeno começará a se formar logo após o pôr do sol, podendo durar de 30 minutos a uma hora após a estrela ir embora completamente.
Para quem deseja capturar a Luz da Cinderela em fotografia, alguns cuidados técnicos são essenciais:
- Escolha o momento certo: A fase crescente da Lua, em que a luz solar direta é mínima, é ideal para observar a luz tênue refletida pela Terra.
- Use configurações adequadas na câmera: Um longo tempo de exposição e ajustes no ISO são necessários para captar os detalhes da luz acinzentada.
- Estabilize sua câmera: Um tripé é indispensável para evitar desfoques.
- Evite poluição luminosa: Lugares distantes de áreas urbanas oferecem melhores condições para observação.
Importância científica e estética
A Luz da Cinderela não é apenas um deleite visual, mas também tem valor científico. Esse fenômeno permite estudar como a luz refletida da Terra interage com a superfície lunar, oferecendo dados importantes sobre a composição e textura do satélite.
Além disso, fotógrafos têm usado a Luz da Cinderela para criar imagens impressionantes que revelam a Lua como um objeto tridimensional, destacando tanto sua parte iluminada pelo Sol, quanto os detalhes sutis de sua face sombreada.
Com informações do ND+