A palavra “monólogo” surgiu na língua grega e deriva de duas palavras: “monos”, que significa “único”, e “lógos”, que diz respeito a “discurso”. Então, com base nisso, podemos dizer que o monólogo é um tipo de texto pronunciado por apenas uma pessoa a um público. Pode acontecer ao longo de uma peça teatral, no decorrer de um filme, em um livro ou em qualquer forma de arte, onde uma única pessoa é o centro das atenções e está falando sozinha, geralmente expressando seus pensamentos ou sentimentos interiores. Vale ressaltar que, em um monólogo onde ocorre a presença de mais de um ator em cena, eles obrigatoriamente não podem conversar entre si.
A origem do monólogo é antiga e remonta a milhares de anos. Os primeiros relatos de monólogos foram encontrados na Grécia Antiga e em Roma, escritos por dramaturgos como Sófocles, Eurípides, Sêneca, entre outros. Com o início do Renascimento, no século XIV, os monólogos começaram a ser desenvolvidos com mais frequência, principalmente nas obras do grande poeta inglês William Shakespeare. No final do século XIX e início do século XX, os monólogos começaram a ser usados com o intuito de explorar a psique humana, através de dramaturgos como Henrik Ibsen e Anton Chekhov. Atualmente, na era contemporânea, os monólogos evoluíram bastante e podem ser encontrados em diversas formas de arte, como no teatro, filmes, programas de TV, entre outros, explorando temas muito debatidos no mundo moderno, como identidade, introspecção e isolamento.
O monólogo é muitas vezes associado ao gênero dramático teatral por sua forma de expressão, porém, como já falamos aqui, ele é uma ferramenta presente em diversas formas de arte. Na literatura, ele permite ao autor explorar os pensamentos e emoções mais íntimos de seus personagens, criando um vínculo profundo com o leitor. Na música, letras que funcionam como monólogos podem transmitir histórias pessoais e sentimentos intensos, conectando-se de maneira poderosa com os ouvintes. No mundo da performance, artistas solos frequentemente utilizam monólogos para se expressarem de maneira autêntica e impactante, seja em apresentações de teatro, poesia slam ou até mesmo stand-up comedy. Então, podemos concluir que o monólogo vai muito além das barreiras do teatro, estando presente em diferentes formas de arte e melhorando a maneira como os seres humanos se comunicam.
Abaixo deixo um trecho do monólogo de Orfeu, escrito por Vinícius de Moraes:
“E sabes de uma coisa?
Cada vez que o sofrimento vem,
essa vontade de estar perto, se longe
ou estar mais perto se perto
Que é que eu sei?
Este sentir-se fraco,
o peito extravasado
o mel correndo,
essa incapacidade de me sentir mais eu, Orfeu;
Tudo isso que é bem capaz
de confundir o espírito de um homem.”
Fontes consultadas:
FERNANDES, Márcia. O que é Monólogo?. Toda Matéria, [s.d.]. Disponível em: https://www.todamateria.com.br/o-que-e-monologo/. Acesso em 25 nov. 2024.
SANTANA, Ana Lucia. Monólogo. InfoEscola. © 2006-2024. Disponível em https://www.infoescola.com/artes-cenicas/monologo/ Acesso em 25 nov. 2024.