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Marinheiros em Revolta: A Luta Contra a Opressão em 1910

Foto: Divulgação

A famosa Revolta da Chibata foi um acontecimento que se tornou muito conhecido no Brasil pela demonstração de uma insatisfação generalizada entre os marinheiros brasileiros. Para entender melhor a razão da revolta, precisamos conhecer os fatos que a motivaram. Veja abaixo:

No começo do século XX, as condições e direitos trabalhistas dos marinheiros brasileiros não eram nada parecidos com o cenário atual. Todos aqueles (principalmente negros e mestiços) que violassem as regras impostas pela Marinha eram castigados com duras chibatadas, um método horrível de punição herdado da Marinha portuguesa durante o período colonial. Em meio a isso, a Marinha do Brasil, ao encomendar duas embarcações que demandavam uma maior quantidade de homens para funcionar, não contratou mais pessoas, sobrecarregando os marinheiros de tarefas. Isso fez com que surgisse um plano de protesto entre os marinheiros.

O estopim para a revolta contra a Marinha ocorreu após o marujo Marcelino Rodrigues Menezes ser punido com 250 chibatadas e não ter direito a tratamento médico. Então, em 22 de novembro de 1910, os marujos, liderados por João Cândido Felisberto, se rebelaram e tomaram duas embarcações da Marinha brasileira: o São Paulo e Minas Gerais, (no dia seguinte tomando o Bahia e São Paulo) exigindo o fim das punições, melhores condições de trabalho e alimentação, bem como anistia para todos os envolvidos no conflito. Caso isso não fosse levado a sério pelo governo, eles estavam preparados para bombardear a então capital do país, Rio de Janeiro.

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O presidente Hermes da Fonseca, eleito há pouco tempo, com medo de a capital ser bombardeada e enfrentar maiores problemas em decorrência de uma crise que se alastrava pelo país, resolveu acatar os pedidos dos marinheiros em 26 de novembro, e no dia seguinte, a revolta foi encerrada. No entanto, o governo não cumpriu o que havia prometido, pois após os marujos entregarem suas armas, todos os considerados “indisciplinados” foram levados à Ilha das Cobras, em São Paulo, e severamente torturados.

Nessa ilha, eles se rebelaram novamente contra a Marinha; contudo, a revolta foi duramente reprimida pelo governo, e muitos morreram no local. Aqueles que sobreviveram (cerca de 37) foram enviados para campos de trabalho forçado no interior da Amazônia ou na construção da ferrovia Madeira-Mamoré. O líder João Cândido Felisberto, depois de sobreviver à prisão, foi internado em um hospício por ser considerado desequilibrado. Ele foi absolvido em 1911, mas expulso da Marinha e passou o resto de sua vida como pescador e vendedor.

A Revolta da Chibata é um marco na história do Brasil, simbolizando a luta dos marinheiros por dignidade e melhores condições de trabalho e servindo como um exemplo de resistência contra a opressão.

Fontes consultadas:

SILVA, Daniel Neves. “Revolta da Chibata”; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/historiab/revolta-chibata.htm. Acesso em 21 de novembro de 2024.

BEZERRA, Juliana. Revolta da Chibata. Toda Matéria, [s.d.]. Disponível em: https://www.todamateria.com.br/revolta-da-chibata/. Acesso em 21 nov. 2024.

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