Segurança

Caso de racismo é registrado em escola particular de Criciúma

Polícia passa a investigar o caso e instituição escolar emitiu uma nota oficial

Foto: Reprodução/Redes Sociais

Duas alunas de uma escola particular de Criciúma publicaram um vídeo em suas redes sociais proferindo comentários racistas. O episódio aconteceu em um amistoso de vôlei entre a Escola Municipal de Ensino Básico Maria de Lourdes Carneiro e o Colégio Michel. O caso de racismo repercutiu na internet. Um boletim de ocorrência foi registrado e a Polícia já passa a investigar o caso.

O movimento negro combativo sem fins lucrativos, Coletivo Chega de Racismo, denunciou o ato nas redes sociais.

“Alunos da Escola Municipal de Ensino Básico Maria de Lourdes Carneiro, do quais estavam nas dependências do Colégio Michel para um jogo amistoso foram alvos de racismo por uma rede social. Na postagem duas alunas ridicularizam os estudantes negros com os seguintes dizeres: “ já são pretos, ainda ficam fazendo macaquices”.É sempre bom lembrar que racismo é crime e que Internet não é terra sem lei. Ainda que de acordo com a nova lei de racismo (14.532/2023) a pena do crime de racismo pode ser aumentada de 1/3 até metade se for cometido de modo recreativo. Por fim, menores de idade respondem por seus atos pelo Estatuto da Criança e do Adolescente. As medidas jurídicas e administrativas serão tomadas.”

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Diante disso, a instituição em que as garotas do vídeo estudam, o Colégio Michel, emitiu uma nota de repúdio, em que afirma ter aplicado suspensão às alunas envolvidas e exigido uma retratação junto às estudantes que foram ofendidas. Leia na íntegra:

“O Colégio Michel, como instituição educacional protetora dos direitos das crianças e adolescentes, que tem como missão “educar com amor para o desenvolvimento integral do ser humano” e como princípio pedagógico “educar para a vida, fazendo com que o estudante se desenvolva em todos os sentidos”, vem a público manifestar seu total repúdio ao lamentável fato ocorrido na data de 11 de novembro de 2024, que envolveu duas de suas estudantes, em um amistoso de voleibol com alunos de outra instituição.

Na ocasião, após o amistoso, uma das alunas envolvidas postou, em sua rede social, um vídeo discriminatório contra alunas da outra escola, proferindo palavras de cunho injurioso e racista.

Tão logo tomou conhecimento do fato ocorrido, o Colégio Michel adotou todas as providências disciplinares cabíveis para com suas alunas, incluindo a retratação formal junto às alunas que foram ofendidas.

Destaca-se que, muito embora, a retratação seja o mínimo a ser feito sobre o caso, ela não resolve o problema dos atos discriminatórios proferidos a quem quer que seja.

É inaceitável que, até os dias atuais, existam casos como o ocorrido. Infelizmente, inferiorizar o outro por conta da cor de sua pele ainda é caso recorrente em nosso país. Assim, o Colégio Michel entende que, não basta apenas punir, mas – e principalmente – conscientizar e educar para que essas situações não mais ocorram.

A escola explora, cotidianamente o assunto a seus alunos, responsáveis e colaboradores, por intermédio de palestras e inserção do tema em suas práticas pedagógicas diárias, reafirmando seu compromisso com uma sociedade livre do preconceito.“

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