vítima foi golpeada cinco vezes, com facadas no pescoço, seio e abdômen
“Tu tem certeza do que está dizendo? Porque eu não consigo viver sem ti.” Essas foram as palavras ditas por um homem antes de esfaquear sua então companheira cinco vezes, após ela afirmar que encerraria o relacionamento caso ele não parasse de ameaçá-la de morte. O crime aconteceu em Laguna, e o réu foi julgado nesta quarta-feira, 25 de setembro, pelo Tribunal do Júri, sendo condenado por tentativa de homicídio triplamente qualificado.
A sentença determinou que o homem cumpra oito anos de prisão em regime fechado. Ele foi condenado por tentativa de homicídio, agravado por motivo fútil, por dificultar a defesa da vítima, e por se tratar de um crime contra uma mulher em situação de violência doméstica, configurando feminicídio.
De acordo com a denúncia do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), o crime ocorreu em janeiro deste ano. Após um dia aparentemente tranquilo, o casal foi dormir, mas, durante a madrugada, o homem acordou a companheira, iniciando uma discussão por acreditar que não recebia a devida atenção. Ao ser ameaçada de morte novamente, a mulher declarou que deixaria o relacionamento, o que levou o agressor a pegar uma faca e atacá-la.
A vítima foi golpeada cinco vezes, com facadas no pescoço, seio e abdômen. O crime só não se consumou porque ela conseguiu fugir para outro cômodo da casa, onde pediu ajuda a familiares que estavam presentes.
Três agravantes Os jurados aceitaram integralmente a argumentação do Promotor de Justiça Chrystopher Augusto Danielski, que sustentou as três qualificadoras do crime. A primeira, por motivo fútil, foi aplicada pelo fato de o ataque ter sido motivado por ciúmes e pela recusa do homem em aceitar o término do relacionamento.
A segunda qualificadora foi pelo uso de recurso que dificultou a defesa da vítima, que foi pega de surpresa durante a madrugada, sem chances de reagir antes de ser esfaqueada.
Por fim, a qualificadora de feminicídio foi incluída por se tratar de violência contra uma mulher em um contexto de relacionamento íntimo e familiar, visto que o casal estava junto havia quase um ano.
O réu, que já estava preso no presídio regional de Laguna, teve o pedido de recorrer em liberdade negado pela Justiça.