O estado catarinense fica atrás apenas do Paraná, que lidera com 42,3 doações pmp
Santa Catarina se destaca no cenário nacional durante o mês de conscientização sobre a doação de órgãos, registrando a segunda maior taxa de doações no país. Segundo dados da Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO), o estado alcançou uma média de 40,7 doações por milhão de habitantes (pmp) entre janeiro e agosto de 2024, contabilizando 215 doadores efetivos. Esses doadores são pacientes diagnosticados com morte encefálica e com autorização familiar para a doação.
O estado catarinense fica atrás apenas do Paraná, que lidera com 42,3 doações pmp. Rondônia ocupa a terceira posição com 40,5 pmp, seguido pelo Rio de Janeiro com 27,0 pmp. Santa Catarina supera a média nacional de 19,5 pmp, reafirmando sua relevância no sistema de doação de órgãos do país.
A SC Transplantes, órgão vinculado à Secretaria de Estado da Saúde (SES), registrou 504 notificações de potenciais doadores no primeiro semestre de 2024. O estado também tem uma das menores taxas de recusa familiar, com apenas 35%, enquanto a média nacional é de 45%. Esse índice reflete o percentual de famílias que negam a doação após o falecimento de um ente querido.
— A SC Transplantes, uma política consolidada há mais de 20 anos, mantém Santa Catarina entre os líderes em doação de órgãos no país. O apoio do Governo do Estado garante uma estrutura robusta para atendimentos e transporte, tanto terrestre quanto aéreo, atendendo a população catarinense e de outros estados com agilidade e segurança — ressaltou o secretário de Estado da Saúde, Diogo Demarchi.
Atualmente, 69 hospitais em Santa Catarina integram o Sistema Estadual de Doação, e as equipes das Comissões Hospitalares de Transplantes passam por constantes capacitações para otimizar o processo de doação e transplante.
Setembro Verde e a importância da conscientização
O dia 27 de setembro é o Dia Nacional da Doação de Órgãos, e o mês de setembro é inteiramente dedicado à conscientização sobre o tema. A campanha “Setembro Verde” incentiva as pessoas a conversarem com seus familiares sobre o desejo de se tornarem doadores, pois a doação só ocorre com a autorização da família. Após o consentimento, são iniciados os procedimentos logísticos, a remoção dos órgãos e a seleção de receptores compatíveis.
A logística na doação de órgãos
O transporte eficiente dos órgãos é fundamental. O Governo de Santa Catarina utiliza aeronaves do SAMU, Polícia Militar, Polícia Civil, Corpo de Bombeiros, além de táxi aéreo e voos comerciais para garantir a entrega rápida e segura dos órgãos doados. O tempo é um fator crucial, já que órgãos como o pulmão e o coração precisam ser transplantados em até quatro horas, enquanto outros órgãos podem esperar entre oito e 12 horas.