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Rodovias, ferrovias e portos: como a logística, apesar dos desafios, impulsiona a economia de SC

Entidades defendem a aprimoramento e otimização das estruturas de transportes no estado. Setor produtivo estima necessidade de R$ 20,3 bilhões até 2027.

Foto: Divulgação

Por terra, céu e mar, o setor logístico auxilia a fomentar o crescimento da economia catarinense acima da média nacional, escoando produtos de companhias do Estado para o Brasil e o mundo. Seja na produção de aves, suínos, motores elétricos, madeira, entre outros itens na pauta de exportação, a organização logística é fundamental para alavancar a produção, gerar emprego e renda. Somente em 2023, Santa Catarina registrou exportações que somaram US$ 11,6 bilhões.

Neste ano, a economia catarinense elevou 5,1% em fevereiro, dado acima da média nacional, fixada em 2,6%. Os dados são do Índice de Atividade Econômica (IBC-Br) do Banco Central analisados pela Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc). Com avanços na logística, o destaque por vir pode ser ainda maior, crê o setor.

Os modais são a base do sucesso do desenvolvimento econômico do Estado, segundo Beto Martins, secretário de Estado de Portos, Aeroportos e Ferrovias.

“É improvável ter um desenvolvimento econômico se o Estado não oferecer ferramentas de eficiência logística”, resume.

A logística é determinante para todas as atividades econômicas, englobando desde os insumos, a produção e a entrega de produtos.

“Quando é ineficiente, acaba por afetar o fluxo, os prazos e a dinâmica dos setores produtivos”, completa Dagnor Schneider, presidente da Federação das Empresas de Transporte de Carga e Logística (Fetrancesc).

Volumes transportados acima da média nacional

No primeiro trimestre de 2024, os portos catarinenses elevaram o volume transportado em 6,7% se comparado ao registrado no mesmo período de 2023, segundo indicadores da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), compilados pela Fiesc.

Neste período, os portos do Estado movimentaram 15,3 milhões de toneladas, crescimento superior ao registrado no país, que foi de 5,2%, na mesma análise.

Mais investimentos necessários

Investimentos são necessários para destravar todo o potencial do Estado, segundo estudo da Fiesc, também divulgado neste ano. A entidade estima que a infraestrutura de transporte catarinense demande recursos na casa dos R$ 20,3 bilhões até 2027, ou R$ 5,07 bilhões por ano.

De acordo com a Organização das Cooperativas do estado (Ocesc), as rodovias federais sofrem mais do que as estaduais.

“É preciso brigar para maior volume de recursos voltar para Santa Catarina, para fazer do nosso estado ainda melhor”, reforça o presidente da Ocesc, Vanir Zanatta.

Há muita dependência do modal rodoviário, enquanto o escoamento dos produtos para os portos deveria ser otimizado, avalia Zanatta.

Entre as prioridades de obras de infraestrutura e logística para este ano, estariam a Ferrovia do Grão, no Oeste, para diminuir os custos de aquisição do milho, além de obras nas BRs 101 e 282.

Melhorias na conservação nas estradas, diante de um período de chuvas perene que danifica as estruturas, são esperadas pelo setor produtivo com maior agilidade, para evitar o encarecimento dos custos de transporte.

“O desafio da logística não deixa de ser a segurança que o motorista tem na estrada, a segurança da carga, a rapidez que essa carga vai chegar no cliente. Tudo isso vai deixando o Estado um pouco aquém de outros que estão melhores nesses quesitos”, avalia Zanatta, que cita ainda como desafios ao setor logístico as redes móveis de qualidade ruim, que levam a oscilações em sistemas, afetando a análise de dados das agroindústrias.

Como as rodovias respondem por 70% da matriz de transporte em Santa Catarina, os investimentos devem ser priorizados neste modal, que teria sérias distorções, de acordo com a Fiesc.

Entre as prioridades da entidade, estariam:

finalização da duplicação da BRs 280 e 470;
ampliação da capacidade da BR 163;
terceiras faixas nas BRs 282 e na 470 (trecho de Indaial a Campos Novos);
conclusão da BR 285
nas rodovias concessionadas, a ampliação do trecho Norte da BR-101 de Penha até Camboriú.
A Fiesc considera o mais importante, no entanto, a manutenção preventiva e rotineira das estradas e a previsibilidade orçamentária para o desenvolvimento dos projetos.

Além disso, no modal aquaviário, a Fiesc entende como necessária a adequação dos portos para os navios que operam na costa brasileira, de maior dimensão e que necessitam de calado adequado.

“Para tal, a demanda com investimentos de recursos federais, está estimada em R$ 1,17 bilhão, incorporando ajustes no acesso da Baía da Babitonga, assim como no canal de acesso e Bacia de evolução do Rio Itajaí. Estas obras também são urgentes e essenciais para maior inserção de Santa Catarina no mercado internacional e para geração de divisas, emprego e renda”, pontua o presidente da Fiesc, Mario Cezar de Aguiar.

Com informações do g1 SC

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