No apartamento de luxo viviam outras duas pessoas - um adulto e um menor de idade, que não são investigados nesta operação. Eles dividiam o aluguel de R$ 30 mil em Balneário Camboriú.
O apartamento de luxo em Balneário Camboriú (SC) onde morava o adolescente de 16 anos investigado por desviar dinheiro a partir de vaquinhas virtuais falsas, supostamente destinadas a vítimas da tragédia no Rio Grande do Sul, funcionava como uma espécie de QG, equipado com aparatos tecnológicos para a prática de golpes, segundo o delegado João Vitor Heredia.
Na cobertura, viviam outras duas pessoas – um adulto e um menor de idade, que não são investigados nesta operação. Eles dividiam o aluguel de R$ 30 mil. “Apuramos se os outros também rodavam golpes como ele”, afirma João.
“Eles tinham equipamentos muito valiosos ali, equipamentos tecnológicos, enfim, que eles conseguiam operacionalizar esses golpes”, informa.
O endereço foi escolhido pelos amigos para chamar a atenção de novos clientes, conforme o investigador. Os três trabalhavam com internet. Na sexta-feira (24), a polícia do Rio Grande do Sul cumpriu mandado de busca e apreensão no apartamento.
“A ostentação nas redes atraía novos clientes, novos parceiros na rede social”, informa.
Os golpes, de acordo com Heredia, não se limitavam à tragédia no estado vizinho. “Para qualquer fato notório que chamava a atenção, eles criavam golpes para se utilizar disso para ganhar dinheiro. Então, eles eram especializados nessa prática de estelionatos virtuais”, comenta.
Investigações da polícia apontam golpes em série a partir de tecnologias, arrecadações coletivas e apropriação de doações, como mostrou o Fantástico. Veja no vídeo no topo da matéria.
A polícia diz que o adolescente também gerenciava sites falsos, que ofereciam produtos com valores abaixo do mercado. Porém, os itens nunca eram entregues aos consumidores.
O investigado é natural do interior de Santa Catarina, conforme o delegado, e não foi apreendido.
Como acontecia a fraude
Segundo a Polícia Civil, a fraude funcionava a partir da criação de uma página na web simulando um endereço oficial do governo estadual. Ela redirecionava os usuários para uma nova página falsa, desta vez simulando um site de vaquinhas virtuais. A página, conforme a investigação, também era impulsionada nas redes sociais.
Investigação
Uma vez identificada a fraude, a força-tarefa atuou para retirar do ar todas as páginas na web, além de bloquear as contas bancárias vinculadas ao CPF e aos CNPJs do investigado, sócio-proprietário de duas empresas.
Segundo a Polícia Civil, o adolescente, que se apresentava nas redes sociais como “Dr. Money”, afirmava ter atingido seu primeiro milhão aos 15 anos.
Ainda na sexta-feira (24), foram deferidas ordens judiciais de bloqueio de até R$ 1 milhão em cada conta de responsabilidade do suspeito e das empresas vinculadas, conforme a polícia.
Com informações do g1 SC