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Com bebê de 3 dias, família do RS viaja com desconhecido e é acolhida na casa dele em SC após enchentes

Família de Esteio teve casa alagada após receber alta da maternidade. Possibilidade de abrigo partiu de voluntário de Palhoça, na Grande Florianópolis, que havia levado doações ao estado vizinho.

Foto: Divulgação

Com uma bebê de apenas três dias e um estado alagado pelos temporais, uma família de Esteio, no Rio Grande do Sul, viajou mais de 420 km de carro com um desconhecido e foi acolhida na casa dele em Palhoça, na Grande Florianópolis.

A família de Cristiane Coutinho e Patrick Correia Sales, que já tinha uma criança de 11 meses, aumentou em 5 de maio, com a chegada da pequena Maria Clara.

Com a alta da maternidade, que coincidiu com a piora das enchentes, os quatro não tiveram como voltar para casa. O imóvel ficou alagado.

Patrick diz que sentiu “alegria, felicidade e amor” com o nascimento. Mas havia também o medo do que passariam a vivenciar em seguida. “Quando a gente recebeu a alta do doutor, a gente não tinha pra onde ir”, comenta o jogador de futebol.

Pé na estrada

O empresário Leonardo Alcici estava a caminho de Porto Alegre para levar doações em 8 de maio, um dia após a alta médica de Cristiane e da bebê, quando recebeu um pedido de ajuda de uma amiga em comum.

A ideia era auxiliar a família, que havia passado a noite anterior de forma improvisada na casa de um familiar, a custear um hotel.

“Eu disse: ‘Não, cara, vai ficar lá em casa. Têm duas crianças pequenas, uma criança de três dias… vai ficar num hotel? Eles precisam de uma estrutura um pouco melhor, né?’ Então nem pensei. Vão ficar lá em casa e não tem outra opção”, relatou Alcici.

Assim, ele seguiu viagem para Santa Catarina junto com o casal e suas duas filhas.

O anfitrião pediu doações para alguns conhecidos e, quando o grupo chegou, havia caixas e caixas de mantimentos para recebê-los. Eles seguem acolhidos na Praia da Pinheira, onde fica a casa, nesta quarta-feira (15).

À reportagem, Patrick disse que se sentiu muito grato ao ver a movimentação feita para ajudá-los.

“Acho que essa hora foi o momento que a gente mais nos sentimos amados. Saber que tem pessoas com esse coração que queriam nos ajudar sem ao menos nos conhecer. Eles nem sequer sabiam o nosso sobrenome. Todo o povo aqui da Pinheira e de Santa Catarina nos recebeu muito, muito bem”, relatou.

Cristiane diz que ainda não há previsão para conseguir voltar para casa. “Começou a chover final de semana agora. Já estava com água na cintura lá em casa e na casa do meu irmão, que era a mesma rua”, comentou.

O número de vítimas dos temporais no Rio Grande do Sul chegou a 149 na terça-feira. O boletim da Defesa Civil ainda contabiliza 112 desaparecidos e 806 feridos.

O número de pessoas fora de casa é de 617,7 mil. No total, 79,4 mil estão em abrigos e 538,2 mil estão desalojados (em casa de amigos e parentes).

Com informações do g1 SC

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