Ministério da Saúde confirmou redistribuição de doses para uma nova região de saúde no Estado
Santa Catarina terá mais cidades contempladas com doses da vacina contra a dengue. O motivo é uma redistribuição de doses encaminhadas inicialmente a um primeiro grupo de municípios no país. A nova região escolhida no Estado para receber as novas doses foi a Grande Florianópolis. O anúncio ocorreu na manhã desta quarta-feira (27), em entrevista coletiva do Ministério da Saúde.
A Diretoria de Vigilância Epidemiológica de SC (Dive) informou em nota que o Estado ainda aguarda mais informações do Ministério da Saúde para saber quais os municípios da região foram selecionados, quantas doses serão enviadas e qual o prazo de envio das novas vacinas.
Inicialmente, apenas 13 cidades da região Norte de SC, incluindo Joinville, haviam recebido vacinas contra a dengue enviadas pelo Ministério da Saúde. A escolha ocorreu em razão da alta quantidade de casos e óbitos da doença registradas nessas cidades nos últimos anos e do perfil das localidades. Em todo o país, apenas 521 municípios haviam sido contemplados com doses da vacina até o momento.
Segundo as informações repassadas nesta quarta pelo Ministério da Saúde, as vacinas vão ser redistribuídas dentro dos próprios estados, repassando doses das cidades contempladas inicialmente que estão com data de vencimento próxima e não foram utilizadas para destiná-las a outras cidades da nova região atendida — no caso de SC, a Grande Florianópolis.
A pasta não informou quantas doses estarão nessa leva de redistribuição porque alguns municípios do país ainda não enviaram informações sobre a aplicação de doses. Apesar disso, antecipou que devem ser as doses restantes, ainda não aplicadas do primeiro lote de 668 mil doses que vencem em 30 de abril e foram repassadas aos primeiros municípios atendidos no país.
Segundo dados da Dive de Santa Catarina, até o momento foram aplicadas 16,1 mil doses da vacina contra a dengue na 13 cidades do Norte de SC contempladas com os imunizantes. O total equivale a pouco mais da metade das 29 mil doses do imunizante recebidas pelo Estado até o momento. As doses são aplicadas apenas em crianças de 10 a 14 anos.
A redistribuição de doses deve começar após a publicação de uma nota técnica do Ministério da Saúde, o que deve ocorrer ainda nesta quarta-feira.
Estado já esperava possível redistribuição de doses
As informações da possível redistribuição de doses que contemplaria outras cidades de SC já haviam sido antecipadas pela secretária de Estado da Saúde de Santa Catarina, Carmen Zanotto, em entrevista coletiva à Associação Catarinense de Emissoras de Rádio e Televisão (Acaert) na segunda-feira (25). Segundo ela, o Ministério da Saúde estava estudando duas possibilidades para aproveitar as doses e evitar que elas fiquem paradas na geladeira nos municípios já contemplados.
Uma ideia seria a distribuição para mais cidades, confirmada nesta quarta-feira pelo Ministério da Saúde. A outra possibilidade seria uma ampliação da faixa etária contemplada pela vacina, passando do atual intervalo de jovens de 10 a 14 anos, estendendo até adolescentes de 16 anos, hipótese que até o momento não teve mais informações por parte do governo federal.
Em coletiva feita na semana passada, o Ministério da Saúde também já havia adiantado a possibilidade de redistribuição das doses e disse que um critério a ser adotado poderia ser a das cidades que já decretaram situação de emergência em função da situação de dengue.
Atualmente, SC tem 42 cidades que já decretaram emergência em razão da dengue. Dessas, seis ficam na Grande Florianópolis. Apesar isso, não significa que todas serão contempladas com a redistribuição de doses. A lista ainda não foi informada.
Cidades de SC não terão doses de forma generalizada
Apesar da redistribuição de vacinas contra a dengue não utilizadas nas primeiras cidades contempladas, a secretária estadual Carmen Zanotto deixou claro que o Estado não vai receber doses de forma generalizada, para todas as cidades este ano. A afirmação foi dada na entrevista coletiva concedida à Acaert.
— Esses estudos estão sendo feitos pelo Ministério da Saúde, mas não iremos receber vacina para o Estado como um todo em 2024. Nossa expectativa é de que quando tivermos a vacina do Butantan, laboratório de São Paulo, que está [em estágio] bem avançado com as pesquisas, aí sim temos capacidade de receber — alertou.
Importância dos cuidados em casas e terrenos
Além da ampliação de cidades atendidas pela vacina agora confirmada pelo Ministério da Saúde, a secretária de Saúde de SC também reforçou a importância dos cuidados individuais nos terrenos e residências para evitar pontos de água parada que levem à proliferação do mosquito transmissor da dengue.
— A principal ação é a nossa, individual. Apesar de alguns acharem que isso é bobagem, a gente precisa repetir. Hoje, 75% do controle dos vetores está nas nossas mãos, cuidando das nossas casas, dos quintais, vistoriando pontos que possam acumular água — alertou.
Santa Catarina já registrou 85 mil casos prováveis e 40 óbitos em razão da dengue. Em 2023, ano com recorde de casos no Estado, foram contabilizadas 95 mortes em razão da doença. Proporcionalmente, no entanto, a escalada de casos neste ano é maior do que no mesmo período do ano passado.
Com informações do NSC Total