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Pescaria Brava é exemplo de representatividade feminina

A força que as bravenses fizeram para conseguirem ocupar estes espaços é maior do que a exigida dos homens em cargos semelhantes. É o que afirmam as protagonistas.

Foto: Josiele da Rosa Rodrigues e Sara Vargas Camilo

Exemplo de representatividade feminina em ambientes ainda considerados predominantemente masculinos, Pescaria Brava se destaca no sul catarinense neste Dia Internacional da Mulher.

Na Câmara Municipal, elas são a maioria entre os servidores e na bancada, ocupam um terço das vagas. A presidente da casa, vereadora Rosilene Faísca da Silva, é também a prefeita interina, assessorada por três mulheres, que chefiam a metade das secretarias.

A força que as bravenses fizeram para conseguirem ocupar estes espaços é maior do que a exigida dos homens em cargos semelhantes. É o que afirmam as protagonistas.

Bastam minutos de conversa para sobrar exemplos de valentia, resiliência e coragem para transpor o machismo que persiste, inclusive por parte de outras mulheres.

Primeira mulher a comandar a prefeitura

“Há pessoas, inclusive, que não concordam que mulheres recebam mais que os maridos. Mas eles têm que entender que as mulheres estão aí. A porta abriu para todos. Para mim é uma felicidade comandar uma Câmara com a maioria sendo mulheres”, diz Rosilene, conhecida como Léia.

Primeira a ocupar o cargo de prefeita interina, Léia divide a bancada na Câmara com mais duas mulheres, as vereadoras Margarete Martins e Raquel Cardoso. Margarete é a primeira mulher negra a ocupar uma vaga entre os vereadores, e Raquel atuou seis anos como secretária de Assistência Social no município.

“Nós mulheres fazemos de tudo um pouco. Entendemos do lar e das nossas profissões, de política e da família. A mulher tem multifunções”, detalha a vereadora Raquel.

Talita Santos, vereadora eleita e atualmente secretária de Educação de Pescaria Brava, tem opinião semelhante em relação à importância da presença de mulheres em ambientes considerados para os homens, principalmente na política.

“Eu tento mostrar, não apenas para as mulheres, mas para todos que vão votar: aquela pessoa vai falar por ti. E nada mais justo do que mulheres falarem por mulheres”, diz Talita.

“Não se trata apenas de preencher cotas de gênero”

Sobre presença ainda maior na política e em postos de comando, Janaina Felipe Lemos Botega, secretária de Assistência Social, afirma: “Não se trata apenas de preencher cotas de gênero, mas de garantir que as vozes, preocupações e perspectivas das mulheres sejam ouvidas e consideradas nas políticas públicas, inclusive que seus direitos sejam defendidos”.

À frente da secretaria que tem como público alvo a maioria homens, a da Agricultura e Pesca, Jane Pereira diz que, na Agricultura a maior parte da equipe de trabalho é formada por mulheres.

Para as que pretendem ocupar lugares semelhantes, Jane aconselha: “É preciso buscar seu espaço por meio de luta, trabalho e dedicação”.

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