Caso aconteceu em 2019, em São Francisco do Sul
Após mais de 20 horas de julgamento, o júri popular considerou inocente uma das rés acusadas de ter participado da morte da empresária Cátia Regina da Silva, em São Francisco do Sul. Um homem, também réu na sessão, foi condenado a mais de 15 anos.
O julgamento que começou na manhã desta quinta-feira (22), em Araquari, foi finalizado durante a madrugada de sexta (23), por volta das 3h. Por isso, a fundamentação da sentença, ou seja, o que motivou a decisão dos jurados, ainda não foi publicada.
A advogada de acusação informou à reportagem que aguardará a publicação da fundamentação para averiguar a possibilidade de recorrer do resultado. A família, que esteve presente na sessão, esperava a condenação dos dois acusados.
– Que eles saiam daqui algemados, cinco anos esperando, hoje ela sai daqui algemada […] Hoje eu quero que ela pague – disse Ana Paula Cercal, filha de Cátia, antes do início do julgamento.
Relembre o caso da empresária de São Francisco do Sul
A empresária Cátia Regina da Silva, à época com 46 anos, foi morta na noite de 24 de julho de 2019. Ela havia desaparecido após voltar de uma viagem a São Paulo. O carro dela foi encontrado carbonizado na Praia do Ervino na manhã seguinte e o corpo foi localizado horas depois no mesmo dia, às margens da BR-280. Segundo apontou a polícia, a vítima estava algemada, à beira do rio e com marcas aparentes de tiros na nuca.
As apurações da Polícia Civil indicaram que Cátia voltava de ônibus de São Paulo, onde foi adquirir mercadorias para revender em sua loja de roupas, em São Francisco do Sul. Ela desceu na rodoviária de Joinville por volta das 22 horas e depois embarcou no próprio carro para fazer o trajeto para casa.
Cerca de 50 minutos depois da chegada, ela chegou a fazer contato com a filha por meio de mensagem de áudio. Ela disse à jovem que estava a caminho de casa, “no Trevo do Sinuelo”, e chegaria em cerca de 20 minutos. Desde então, não deu mais notícias.
Como ela não chegou, as filhas começaram a ligar, mas o aparelho celular estava fora de área. Durante a madrugada, os familiares foram às ruas para fazer buscas por Cátia. Pela manhã, quando o carro foi encontrado na Praia do Ervino, o irmão dela reconheceu o veículo. No entanto, não havia sinais de que Cátia teria estado no local.
Segundo a Polícia Civil, durante o trajeto, na BR-280, a vítima foi abordada por um veículo Golf com dois ocupantes. O automóvel, que já estaria seguindo a comerciante desde Joinville, estava parado às margens da rodovia com o pisca-alerta ligado. Os dois homens desceram e abordaram a vítima, portando um crachá falso da Receita Federal e um distintivo falsificado da Polícia Federal.
A Polícia Civil identificou dois homens e uma mulher que teriam participado do homicídio. Os dois réus julgados nesta quinta-feira (22) foram presos, enquanto o terceiro indiciado, que era esposo da acusada, ficou foragido até ter sido morto.
A vítima teria sido morta em uma emboscada motivada por disputa comercial. Os mandantes do crime, conforme a acusação, seriam a mulher e seu marido, enquanto um amigo deles teria ajudado na execução do crime. Este, foi condenado pelo homicídio.
Com informações do NSC Total