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Vendedor de picolé no Rincão se torna ‘Rei do Ovo’ e produz 16 milhões de unidades por dia

O título informal é dado a Ricardo Faria, 48 anos, fundador e presidente do conselho da Granja Faria, que tem sede em Lauro Müller

‘Rei do Ovo’ começou vendendo picolé, aos 8 anos, por iniciativa própria — Foto: Arquivo pessoal

O título informal é dado a Ricardo Faria, 48 anos, fundador e presidente do conselho da Granja Faria, que tem sede em Lauro Müller, por causa da liderança nacional na produção diária de ovos: 16 milhões.

Empreendedor desde criança, quando decidiu vender picolé aos 8 anos no Balneário Rincão, o empresário tem hoje 24 granjas espalhadas pelo Brasil e um plantel de 20 milhões de aves.

Segundo ele, encontrou na aquisição de outras empresas a fórmula para aumentar a produção. Nos últimos seis anos foram 11 aquisições. A última ocorreu em 29 de junho deste ano, da Takayama Alimentos, e elevou a produção de 13 para 16 milhões de ovos. O acréscimo é de 23%.

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Da venda de picolé a bilionário

Título informal é dado a Ricardo Faria, responsável por 24 granjas em todo o país — Foto: Arquivo pessoal

Ricardo Faria é natural do Rio de Janeiro, mas chegou a Criciúma aos 3 anos de idade depois que o pai, Américo Faria, médico, viajou ao estado para atender vítimas da enchente que alagou Tubarão, na mesma região, em março de 1974.

Aos oito anos, ele decidiu pilotar o carrinho de picolé sem pedir autorização aos pais, na praia, durante as férias escolares. Mas eles não se opuseram. Foi a partir de então, ainda na infância, que decidiu não trabalhar de carteira assinada para ninguém.

“Eu ganhava cerca de um salário mínimo por final de semana. Aí pensei: não preciso trabalhar para ninguém. Vou trabalhar para mim. Não tenho carteira de trabalho até hoje”, afirma.

Aos 15 anos viajou para fazer intercâmbio na Califórnia, Estados Unidos. Tinha planos de seguir a carreira do pai, ser médico, mas ao encontrar naquela região uma destacada produção de frutas, mudou de ideia. Ao voltar para o Brasil fez agronomia na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), que era perto de casa.

“No final da faculdade, decidi migrar da confecção para a locação. Ao invés de vender uniformes para a indústria, eu locava. Montei minha primeira empresa, que foi a Lavebras, que alugava roupas e lavava”, relembra.

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A empresa avançou no segmento, chegou a 70 unidades e passou a ser disputada por outros players do mercado. Em 2017, ele vendeu o negócio para a empresa francesa Elis.

Como parte dos clientes que atendia era do agro, em 2007 Ricardo Faria decidiu abrir, também, uma granja de ovos férteis em Nova Mutum, no Mato Grosso, para atender a Perdigão. Mais tarde, em 2013, comprou a Avícola Catarinense em Lauro Müller e transferiu a sede jurídica da Granja Faria para o município, onde está até hoje.

Após a venda da Lavebras, Ricardo Faria parou de trabalhar e foi em busca de novas ideias em curso na Universidade de Harvard, nos EUA. Foi quando concluiu que poderia seguir no agronegócio e investir em um setor de “cauda longa”, ou seja venda de várias coisas com baixa procura, ao invés de poucas coisas com alta procura.

A escolha foi ampliar de forma exponencial e com inovação o negócio que já tinha e dominava as tecnologias, que é a produção de ovos.

Expandiu a produção de ovos férteis e, principalmente, daqueles destinados ao consumidor final e destina, atualmente, 2 milhões de ovos por dia ao mercado internacional e 14 milhões ao mercado interno.

Para o exterior, vai 1 milhão de ovos férteis, aqueles que em 21 dias vão gerar pintinhos. Os demais são ovos para consumo, in natura, resfriados, salgados ou em pó.

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Com informações G1SC