Patrick Corrêa está preso e virou réu da Justiça em um desdobramento da Operação Mensageiro; MP diz que ele recebia R$ 5 mil mensais de propina
O prefeito de Imaruí, Patrick Corrêa, teria recebido ao menos R$ 70 mil em propinas da Versa Engenharia, antiga Serrana, indica investigação da Operação Mensageiro. Nesta quinta-feira (13), o político se tornou mais um réu decorrente da operação.
A denúncia do MPSC (Ministério Público de Santa Catarina) foi aceita pela 5ª Câmara Criminal do TJSC (Tribunal de Justiça de Santa Catarina). Conforme a operação, o prefeito é suspeito de receber propina para favorecer empresa de saneamento na prestação de serviços na cidade.
Corrêa pediu R$ 10 mil, mas aceitou receber metade, diz MPSC
Com a quebra de sigilo, a NDTV teve acesso ao processo de Patrick Corrêa no qual o MPSC descreve como ocorreu o pagamento das propinas.
“Em meados do mês de fevereiro de 2021, na sede da prefeitura municipal de Imaruí, [o dono da Serrana] reuniu-se com Patrick Corrêa, oportunidade em que este solicitou, para si, vantagem indevida, consistente em mesadas no valor de R$ 10 mil”, afirma a investigação.
Segundo o MPSC, o dono da Serrana, no entanto, fez uma contraproposta para pagar a metade, que foi aceita por Corrêa — o salário do prefeito de Imaruí é de R$ 10.461,96.
“Formulou uma contraproposta ao prefeito, prometendo a Patrick, que aceitou, o valor de R$ 5 mil mensais, para garantir benefícios, privilégios e vantagens decorrentes da contratação com o município de Imaruí.”
Ainda segundo a investigação, os valores eram pagos pelo “mensageiro”, homem que deu nome à operação e era responsável pela entrega de propina aos prefeitos.
Prefeito cobrou mais R$ 40 mil de propina
Conforme o processo do MPSC, ainda em 2021, o dono da Serrana se reuniu com Patrick Corrêa para tratar de uma dívida de R$ 136 mil da gestão anterior. Segundo a investigação, na ocasião, o prefeito teria pedido uma quantia de R$ 30 mil, pago em três parcelas.
No entanto, Corrêa teria pedido para aumentar o valor de propina para R$ 40 mil. Segundo o MPSC, o valor teria sido pago junto com parcelas acumuladas da mesada (total de R$ 30 mil) já recebida pelo prefeito, o que acumulou em um montante de R$ 70 mil. Conforme a investigação, o pagamento foi feito ao prefeito em novembro de 2022.
Conforme o MPSC, parte do valor da propina foi encontrado quando a 4ª fase da Operação Mensageiro foi deflagrada e o prefeito foi preso, em 27 de abril deste ano.
Segundo o processo, no gabinete do prefeito “foram localizados e apreendidos R$ 10 mil em espécie, dentro de uma sacola na mesa do prefeito”.
Os investigadores dizem que o valor encontrado seria de propina, possivelmente o que sobrou dos R$ 70 mil que ele teria recebido dias antes.
O que diz a defesa
Conforme o advogado de Corrêa, Fábio Jeremias de Souza, a inocência do prefeito será comprovada nos autos.
“O recebimento da denúncia não implica na imputação de qualquer culpabilidade no denunciado”, afirmou o advogado, que reforçou a inocência do cliente: “Ele não recebeu propina, qualquer bem ou vantagem.”
Com informações do ND+