Escolhido para dirigir a Seleção Brasileira, o técnico Fernando Diniz foi apresentado oficialmente pela CBF na tarde desta quarta-feira, 05, na sede da entidade, no Rio de Janeiro. Antes de dar início à entrevista coletiva, o treinador recebeu as boas-vindas do presidente Ednaldo Rodrigues.
“Quero dizer que a escolha do Fernando Diniz para técnico da Seleção Brasileira Masculina é baseada numa carreira de um dos treinadores que mais admiro, pelo estilo de jogo, pela maneira que enxerga o futebol e pelo que também ouvi dos jogadores de futebol, que manifestaram por ele respeito e admiração. E também pelo seu caráter e pela sua ética como profissional”, afirmou o presidente da CBF.
“Na CBF, os tempos em que caráter e ética não eram prioridade acabaram”, acrescentou Ednaldo.
A estreia de Diniz, à beira do campo, está prevista para setembro, nos dois compromissos iniciais da Seleção pelas Eliminatórias do Mundial de 2026: nos dias 4 e 12, respectivamente, contra Bolívia, em local a definir, e Peru, em Lima. Em agosto, o técnico vai anunciar a sua primeira lista de convocados. Neste período, ele continuará trabalhando no Fluminense.
No seu pronunciamento, Ednaldo Rodrigues agradeceu também o presidente do Fluminense, Mario Bittencourt, pela liberação do treinador.
“Quero agradecer, antes de mais nada, ao presidente do Fluminense, Mário Bittencourt, por ter tido a compreensão e a parceria em um momento tão importante para a Seleção Brasileira”, disse.
Sonho realizado
Na abertura da entrevista coletiva, Fernando Diniz disse que comandar a Seleção Brasileira é “um sonho”.
“Queria dizer que é uma mistura de alegria e honra poder estar aqui e ser escolhido e convocado para esta missão de treinar a Seleção Brasileira. É um sonho que se realiza. Eu pretendo, como fiz em todos os lugares, servir bem o futebol na Seleção Brasileira”, disse Fernando Diniz.
“Meu estilo de jogo todos vocês conhecem. Vou tentar reproduzir aqui o que me trouxe aqui. O que terei é a melhor matéria-prima do mundo, com jogadores renomados”, prosseguiu Diniz, que declarou seu comprometimento com o torcedor brasileiro.
“O futebol é a minha vida, eu costumo dizer que o futebol é a vida em movimento. Vou fazer o meu melhor para trazer muita alegria aos torcedores brasileiros e ao futebol como um todo.”
Crença no processo
Diniz expôs alguns pensamentos sobre a dinâmica do futebol, afirmando que muitas vezes há julgamentos precipitados sobre um projeto ou um ciclo de trabalho.
“Uma das coisas que a gente tem que discutir no Brasil é essa relação com o resultado. A gente determina o valor do time, de pessoas, com uma bola que entra, uma bola que não entra. A Seleção foi eliminada pela Croácia (no Mundial do Catar, em 2022) sendo muito superior à Croácia. Perdeu nos pênaltis e acha que foi tudo ruim”, analisou.
“Quem trabalha de uma forma, acreditando no processo, sabe que não está tudo ruim quando um goleiro falha, quando uma bola não entra. As coisas vão muito além disso. É um desejo muito infantilizado de achar herói e vilão o tempo todo”, acrescentou Diniz, sempre ponderado nas respostas.
Sobre as futuras convocações, Diniz foi direto.
“Minha ideia é convocar os melhores jogadores para ganhar o próximo jogo. Preparar a seleção para mim é isso. Terei a melhor matéria-prima do mundo, com jogadores renomados.”
Carreira
Fernando Diniz é psicólogo, tem 49 anos e nasceu na cidade de Patos de Minas/MG. Começou a carreira no futebol como jogador do Juventus-SP. Meio-campista, passou por vários clubes de ponta, como Palmeiras, Corinthians, Flamengo, Fluminense, Cruzeiro e Santos.
Foi campeão paulista pelo Palmeiras, em 1996, e Corinthians, em 1997. Ganhou o Carioca em 2002, pelo Fluminense, e o Mineiro, treinando o Cruzeiro, em 2004.
Sua trajetória como treinador teve início em 2009, quando comandou o Votoraty-SP, conquistando logo no primeiro ano os títulos da Série A3 do Estadual e da Copa Paulista. Depois, dirigiu, vários clubes, como Botafogo-SP, Atlético Sorocaba, Audax, Paraná, Oeste e Guarani.
Em janeiro de 2018, teve a oportunidade de treinar o Athletico-PR, de onde migrou para Fluminense, São Paulo, Santos, Vasco e, de novo, Fluminense. Neste ano, conquistou pelo Tricolor carioca os títulos da Taça Guanabara e do Estadual
“Você terá todo o meu apoio, todo o apoio do torcedor brasileiro. Desejo ao Diniz toda a sorte do mundo. Conte conosco”, disse o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues.