Uma semana depois da invasão inexplicável a uma creche particular de Blumenau, ações práticas de segurança escolar já são observadas no Estado
Inúmeras medidas foram adotadas e estão sendo anunciadas, tanto pelo governo do Estado, quanto pelas prefeituras e outros órgãos governamentais, desde que a creche Cantinho Bom Pastor, no bairro Velha, em Blumenau, enfrentou seu dia mais triste no 5 deste mês. As informações são do ND+
O ataque de um homem que 25 anos, que invadiu o espaço e vitimou quatro crianças, feriu outras cinco e gerou comoção nacional e internacional, desencadeou ações com o objetivo de aumentar a segurança no ambiente escolar.
As 1.063 escolas estaduais, por exemplo, terão reforço com a atuação de policiais armados. A medida já foi anunciada pelo governo, mas ainda depende da redação de um projeto de lei a ser enviado à Alesc (Assembleia Legislativa de Santa Catarina) para apreciação e posterior votação depois de todos os trâmites previstos.
Apesar de toda a comoção provocada pelo ataque, o governador Jorginho Mello enfatizou que não há motivo para um pânico generalizado.
Na Capital, a maior parte das instituições já têm Guarda Municipal o dia todo garantindo a segurança escolar. Outros órgãos, como Alesc, MPSC (Ministério Público de Santa Catarina) e Fecam (Federação de Consórcios, Associações e Municípios de Santa Catarina) se articulam no mesmo sentido de tornar escolas e creches muito mais seguras.
A aposentada Ana Paula Jonis, 44 anos, mãe do Samuel, três anos, está mais serena com a presença da Guarda Municipal na creche do filho.
“Bem mais tranquila! Consigo deixar ele e sair em paz. Por mais que a gente acredite que nada vai acontecer, é um respaldo a mais. Estou muito grata, não só pela segurança do meu filho, mas pelas demais crianças”, declarou.
A vendedora Iasmin Victor, 21, também aprovou a medida. Ela tem um menino de quatro anos na mesma creche. “A segurança dos nossos filhos em primeiro lugar. Não tem mais o que a gente possa fazer, a não ser ter segurança”, disse.
Conforme a diretora da unidade onde os filhos de Ana Paula e Iasmin estudam, Marilete Figueredo, 47, os pais e professores aprovaram a medida. A guarda chega antes da abertura do portão, às 7h, e fica até o fim da tarde.
A auxiliar de sala, Maria Aparecida da Silva, 52, também se sente mais tranquila. Ela observa que a Polícia Militar também está passando mais no local. As profissionais desejam que as medidas se perpetuem. “É importante que se mantenha esse ritmo, pois a gente nunca sabe quando e onde vai acontecer novamente”, salientou Maria.
Três projetos aprovados na Câmara da Capital
Na Capital, a Câmara de Vereadores aprovou na quarta-feira (12) três projetos de lei para aumentar a segurança nas escolas: um que prevê instalação de câmeras em todas as unidades, outro que cria a figura do monitor escolar e o terceiro – um projeto do Legislativo que foi desarquivado – exigirá, por exemplo, documento de identificação para entrada de alunos, professores e terceirizados nas escolas.
A Secretaria Municipal de Educação reuniu, na quarta, representantes de diversos setores para debater os 12 pontos do programa Escola Segura com os diretores das 39 escolas e 85 creches da Capital. A diretora Marilete elogiou mais essa iniciativa.
“Nos tranquiliza enquanto gestores. Eles estão adotando todas as medidas necessárias para o momento e para depois, para sanar essa insegurança que sentimos hoje”, afirmou.
Entre os 12 pontos do programa estão a intensificação das rondas policiais, mudanças estruturais nas unidades, atendimentos psicológicos e a criação de grupos para discutir segurança.
Outra medida foi a criação de um número para denúncias de comportamentos suspeitos, o (48) 99200-7691. A prefeitura defende que as ações são baseadas em inteligência preventiva e atenderão demandas de curto, médio e longo prazo.
Os 12 pontos do Escola Segura:
- Revisão das instalações de segurança nas escolas
- PM e GMF trabalhando em conjunto nas rondas Criação de linha direta de denúncias e dúvidas da comunidade
- Reforço do guardião escolar
- Criação de comitê de segurança com pais e professores
- Treinamento para casos de violência em todas as escolas
- Botão de emergência com alarme sonoro
- Instalação de câmeras
- Reforço do quadro de vigias
- Criação de monitor e inspetor escolar
- Reforçar o acesso ao atendimento psicológico
- Criação de câmara técnica de segurança escolar no âmbito do Gabinete de Gestão Integrada de Segurança Pública
- Acesso com crachá em São José
A Prefeitura de São José também criou seu plano para intensificar a segurança nas escolas, com 11 medidas. “A atuação envolve desde o controle mais rígido para acesso às unidades, aumento da ronda da Guarda Municipal, capacitação dos profissionais de educação, revisão da estrutura física e fortalecimento da parceria com a comunidade escolar”, explicou a secretária de Educação, Maria Helena Krüger.
Entre as novidades, estudantes e professores só poderão entrar nas escolas apresentando crachá ou documento com foto. A partir de segunda-feira 17 será exigido dos alunos o crachá gerado pelo sistema de gestão educacional EducarWeb. São José também faz um trabalho de revisão na segurança física das escolas.
A Fecam, por sua vez, articula com o MPSC, a Alesc e o Estado, além de escutar prefeitos e entidades, a construção de um projeto único visando à segurança das escolas catarinenses. A presidente, Milena Lopes, se reuniu, na quarta, com a secretária geral de governo, Danieli Pinheiro Porporatti, para dar início à discussão.
Com informações do ND+