O registro semanal desta segunda-feira, 06, realizado pela Fundação Municipal de Cultura em conjunto com o Arquivo Histórico Municipal, trata sobre a enchente de 1974. O ano de 1974 ficou marcado pela maior enchente do século XX registrada na cidade de Tubarão. Na sexta-feira, 22 de março daquele ano, as chuvas atingiram de forma mais intensa os costões da Serra Geral, aumentando significativamente o volume dos rios e alagando as áreas mais baixas.
Em uma pesquisa realizada pelas servidoras Ana Pereira Silvério e Márcia Ingracio, do Arquivo Histórico Municipal Amadio Vettoretti, resgataram fotos, reportagens e informações do relatório da Prefeitura sobre a tragédia ocorrida.
No domingo, dia 24 de março de 74, os bairros continuavam alagados, mas o nível do rio estava estabilizado. No fim da tarde, a chuva voltou com a mesma intensidade da noite anterior. Durante a noite, até mesmo os moradores das áreas pouco inundadas, sentiram repentinamente a água invadir as casas e a correnteza se tornar mais forte.
Há relatos de pessoas que dormiam e acordaram com os pés na água. Muitos subiram para os telhados das residências, e outros que foram levados junto com as casas. A partir das 21 horas a energia elétrica estava interrompida e os telefones encontravam-se mudos. Ao clarear da segunda-feira (25), Tubarão estava isolada e sem comunicação, e as chuvas permaneciam de forma intensa.
Um único helicóptero fazia os trabalhos de resgate, sobrevoando as casas cujo os telhados ainda apareciam acima da água, onde pessoas agitavam panos coloridos a espera de serem salvas. Oficialmente 199 corpos foram identificados, mas devido a tecnologia precária da época, não é descartada a hipótese de que mais mortes em decorrência da enchente aconteceram sem ser identificados.