Pelo menos 26% dos desaparecidos têm até 18 anos de idade; delegado comenta alto número no início do ano
O número de pessoas desaparecidas em janeiro de 2023 em Santa Catarina chegou a 57 até esta quinta-feira (19), o que representa 3 casos por dia. Apenas as regiões do Vale do Itajaí (28%) e a Grande Florianópolis (21,05%), com 16 e 12 desaparecidos, concentram 49,05% dos registros.
Em seguida estão as regiões Oeste (19,29%), Norte (12,28%), Sul (14,03%) e Serra (5,2%), que tiveram 11, sete, oito e três casos, respectivamente. O número de reaparecimentos em janeiro chegou a 140, que incluem casos de meses e anos anteriores.
O delegado Wanderley Redondo afirma que cerca de 95% dos casos são registrados por falha de comunicação com familiares. “Algo que banalizou muito foi o boletim de ocorrência online. Se um filho ou o marido demora para chegar em casa, o boletim já é registrado. A pessoa já chegou em casa e a gente perde tempo fazendo pesquisa”, diz.
Outra questão é que a delegacia tenta contato com quem registrou o desaparecimento e não tem retorno. Muitas vezes as pessoas já foram encontradas, mas não há a comunicação com a Polícia Civil. Por isso é importante comunicar quando o familiar reaparece.
Segundo Redondo, em geral, o aumento de desaparecimentos é comum durante o fim e início de ano por conta das festividades.
Crianças e adolescentes
Um dos casos mais recentes é de Vinicius Barbosa de Morais, de 16 anos, que desapareceu na noite da última sexta-feira (13), em Palhoça, na Grande Florianópolis. O adolescente foi para uma festa no bairro Brejaru e não foi mais visto.
A polícia investiga se o desaparecimento pode estar ligado a drogas e facções criminosas. Sem dar mais detalhes sobre as diligências, Redondo informou que a polícia buscará uma linha de investigação para esclarecer os motivos que levaram ao desaparecimento.
O pai de Vinicius, Alirio Barbosa Goes, de 35 anos, contou ao ND+ que o adolescente se mudou recentemente para Florianópolis.
“Meu filho veio de São Paulo pra morar aqui em Itajaí comigo. No entanto, meu sobrinho, Ailton, trabalhava em uma loja e conseguiu transferência para Florianópolis, foi então que meu filho decidiu ir morar com ele”, revela o pai.
Com informações do ND+