“Não espere até sentir na pele”. É com este alerta que a Sociedade Brasileira de Dermatologia lançou a campanha anual do Dezembro Laranja sobre a prevenção ao câncer de pele. Dados do Instituto Nacional do Câncer, o Inca, apontam o câncer de pele não melanoma (31,3% do total de casos), como o mais comum no Brasil, seguido pelos de mama feminina (10,5%), próstata (10,2%), cólon e reto (6,5%), pulmão (4,6%) e estômago (3,1%).
A doença é caracterizada pelo crescimento descontrolado e anormal das células que formam as camadas da nossa pele. Existem dois tipos de câncer de pele: o não melanoma, mais comum no país, que pode atingir a camada mais profunda ou superficial da pele, e o tipo melanoma (originado no melanócitos, células produtoras da melanina, responsáveis pelo pigmento da pele) que, embora menos comum, é considerado um tumor mais agressivo e que, em estágio mais avançado, pode atingir outros órgãos.
Conforme a dermatologista Érika Padão, é necessário estar atento aos sintomas como: manchas na pele que ardem, coçam, descamam e sangram. “Mesmo com diâmetros assimétricos, que vão mudando de tamanho, além de terem cores variando entre claras e escuras, as lesões, muitas vezes, não são perceptíveis por estarem na sua fase inicial”, reforça.
Cuidados contínuos
A especialista destaca que estes sinais, que caracterizam o câncer de pele, são fruto do acúmulo de exposição aos raios solares ao longo da vida, especialmente na forma que causa a vermelhidão ou queimaduras solares. “A prevenção deve começar na infância e ser adotada ao longo de toda a vida com o uso de protetor solar diariamente, bem como barreiras mecânicas como óculos escuros, bonés ou chapéus, entre outros. É importante ainda usar filtro solar próprio para os lábios e evitar exposição prolongada ao sol entre às 10h e 16h”, salienta.
O descuido com a exposição solar na juventude, segundo Érika, é o que tem tornado a doença cada vez mais comum entre as pessoas com mais de 40 anos. “Esses cuidados precisam ser contínuos e não só no verão ou na praia. As medidas de proteção também precisam ser tomadas no trabalho, inclusive pela luz artificial. O que fazemos quando somos novos pode refletir no câncer depois”, sublinha. “Usar o filtro solar apenas uma vez durante todo o dia não protege por longos períodos. É necessário aplicá-lo a cada duas horas, durante a exposição solar. Mesmo filtros solares “à prova d’água” devem ser reaplicados”, acrescenta.