A Justiça carioca aceitou denúncia feita pelo MPF do Rio de Janeiro; Silvinei Vasques terá 30 dias para apresentar defesa
Silvinei Vasques, diretor-geral da PRF (Polícia Rodoviária Federal), virou réu por improbidade administrativa por conta da atuação durante as eleições de 2022. Isso acontece após a Justiça do Rio de Janeiro acolher uma denúncia feita pelo MPF (Ministério Público Federal do Rio de Janeiro).
O diretor-geral da PRF terá 30 dias para apresentar defesa, conforme a decisão do juiz da 8ª vara federal do Rio, Jose Arthur Diniz Borges. Após essa data, será decidido se Vasques será afastado do cargo, pois este é outro pedido que consta na denúncia feita pelo MPF.
Uso de símbolos da instituição
Para o MP, Vasques usou indevidamente o cargo, com desvio de finalidade, durante a campanha eleitoral ao promover o presidente Jair Bolsonaro (PL). Ainda segundo o órgão, com o objetivo de favorecer o candidato, foram usados símbolos e imagem da instituição policial.
O diretor chegou a publicar nas redes sociais – um dia antes do segundo turno b- uma mensagem de apoio a Bolsonaro, na qual pedia votos ao candidato. Ele apagou o conteúdo, após repercussão negativa.
O autor da ação, procurador da República Eduardo Benones, contextualiza a alegação às investigações das supostas ações policiais no dia do segundo turno com uso de um efetivo acima do usual e a “inação durante os bloqueios das estradas após a divulgação do resultado”.
“Não é possível dissociar que as condutas do requerido, especialmente na véspera do pleito eleitoral, tenham contribuído sobremodo para o clima de instabilidade e confronto instaurado durante o deslocamento de eleitores no dia do segundo turno das eleições e após a divulgação oficial do resultado pelo TSE. Afinal, a figura fardada do Diretor-Geral é simbólica”, destaca Benones.
Alvo de outra ação
Vasques também foi alvo de outra ação protocolada junto ao Supremo Tribunal Federal (STF), que pede o afastamento dele do cargo. A ação foi feita por parlamentares.
Lindôra Araújo, vice-procuradora-geral da República, pediu a rejeição do pedido, alegando falta de legitimidade processual.
O diretor-geral da PRF também é alvo de um inquérito conduzido pela PF (Polícia Federal), o qual – segundo informações apuradas pelo portal R7 – investiga se ele foi omisso a eventuais abusos cometidos pela corporação, no segundo turno das eleições.
Vasques não havia se manifestado sobre o assunto.
Via ND+