Eleições 2022

Saldo positivo das Eleições 2022: da indefinição racial a representatividade

Com relação aos candidatos negros, foram eleitos 135 deputados de ambos os sexos que se autodeclaram pretos e pardos, um número recorde de mulheres e negros (homens e mulheres)

Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil

Na semana passada, minha coluna tratou sobre a importância de votarmos de forma consciente e darmos voz a mulheres e pessoas negras. Mesmo com leve aumento, as mulheres conquistaram 17,7% das cadeiras da Câmara dos Deputados. Foram eleitas 91 parlamentares. Atualmente a representação é de 15%.

E temos ineditismo no quesito diversidade. Pela primeira vez na história o Congresso Nacional terá na bancada feminina duas deputadas transgênero em sua composição. Erika Hilton (PSOL-SP) foi eleita com mais de 256 mil votos e Duda Salabert (PDT-MG), com mais de 208 mil votos. As duas candidatas já ocupavam cargos políticos em seus respectivos estados antes de chegar à Câmara dos Deputados.

Também fomos surpreendidos por representantes indígenas: Sônia Guajajara (PSOL-SP), com mais de 156 mil votos, Célia Xakriabá (PSOL-MG), com 101 mil votos, e Silvia Waiãpi (PL-AP), que obteve mais de 5 mil votos em seu estado.

Com relação aos candidatos negros, foram eleitos 135 deputados de ambos os sexos que se autodeclaram pretos e pardos, um número recorde de mulheres e negros (homens e mulheres). O que significa dizer que em 2023, a cada grupo de seis parlamentares, em média uma será mulher e um em cada quatro deputados federais será negro. Mas, ainda sim, é abaixo do esperado uma vez que o Brasil é composto por 56,1% de habitantes autodeclarados pardos e pretos e 52,8% de mulheres.

Os partidos de direita vão liderar as bancadas na câmara. O PL saiu na frente elegendo 25 negros e negras este ano. Em seguida, vêm o Republicanos (20 parlamentares negros), o União Brasil e o PT (16 cada). Já considerando as mulheres, a grande maioria está em partidos de esquerda. O PT conseguiu 18 deputadas. O centrão também teve sua representatividade. O MDB conseguiu 8 deputados, o PSD, 6 e o Podemos, 5. Avante e Pros apenas 2 e partido Solidariedade, 1.

Em Santa Catarina, Antonieta de Barros segue sem sucessão uma vez que 100% dos candidatos eleitos são brancos. O Estado não elegeu candidatos negros, pardos, indígenas ou amarelos nas eleições mesmo tendo números para isso: 63 candidaturas negras no total: 41 para deputado estadual, 20 para deputado federal, 1 para vice-governador e 1 para senador. É uma pena!!

Os números do Estado vão em contramão à realidade nacional
Ainda assim, a valorização da diversidade presente tem mais a ver com a medida que prevê maior distribuição do fundo partidário. Talvez por isso mesmo houve quem teve a sua “negritude” contestada. Pasmem, mas 42 deputados federais em exercício eleitos como brancos em 2018, se autodeclararam no registro dessas eleições como pretos ou pardos.

Há especialistas que afirmam que a legislação brasileira prevê medidas contra essa inverdade sobre a classificação racial em caso de comprovação, mas sabemos que, infelizmente, pode ser que não ocorra. Jeitinho brasileiro seguido de leis sem fiscalização suficiente. Vão-se as determinações e irregularidades e ficam-se as leis. A gente que lute, já dizia a juventude que, em sua grande maioria, está correta com relação a inconsistência.

Com informações do ND+

Quer receber as principais noticias da região? Entre no nosso grupo de WhatsApp e fique atualizado de forma rápida e confiável 

Notícias Relacionadas

Saldo positivo na abertura de empresas demonstra confiança empresarial na retomada econômica

Desde o início do ano, até 13 de maio, o estado conta com um saldo de 35.144 novas empresas, enquanto no mesmo período do ano passado foram 31.955 constituições.

Governador Carlos Moisés testa positivo para novo coronavírus

O chefe do Executivo estadual encontra-se em quarentena, respeitando os protocolos de distanciamento social.

Pauta positiva gera Orleans 120 empregos no primeiro quadrimestre

Clima de entusiasmo com obras e ações da prefeitura, Indústria de transformação puxam desempenho no Caged.

Câmara dos Deputados aprova projeto que aumenta pena para agravantes de injúria racial

Crimes previstos nessa lei terão as penas aumentadas de 1/3 até a metade quando ocorrerem em contexto de recreação; proposta segue para sanção presidencial