Bombeiros já percorreram mais de 120 mil m² de mata e um quilômetro de rio em busca da criança de 5 anos desaparecida em Rio Negrinho
Seis dias. Esse é o tempo que passou desde que o menino Ítalo Gonçalves, de 5 anos, desapareceu no último domingo (29), em Rio Negrinho, no Planalto Norte de Santa Catarina.
De lá para cá, cerca de 60 bombeiros de Campo Alegre, São Bento do Sul, Porto União e Rio Negrinho já foram empenhados nas buscas, que completam 120 horas nesta sexta-feira (3).
Apesar dos esforços, que reúnem também os familiares e os vizinhos da criança, não há novas pistas sobre o desaparecimento de Ítalo após os seis dias de força-tarefa.
Como funcionam as buscas a Ítalo
Ítalo foi visto pela última vez perto da casa em que mora com a mãe, em uma área que fica entre os bairros Centro e Alegre. O terreno fica em uma rua sem saída e rodeada por um rio.
A principal hipótese do Corpo de Bombeiros Militar é de que o menino tenha ido em direção a esse rio. Isso porque a câmera de monitoramento de uma casa da vizinhança mostra o momento em que ele brinca com um cachorro e, junto do animal, parte em direção ao local em que fica o rio.
No primeiro dia de buscas, inclusive, um chinelo que teria sido usado por Ítalo foi encontrado perto da água. Com o passar das horas, porém, a mãe do menino não soube informar se o chinelo, de fato, teria sido usado pelo filho naquele dia.
Ainda nas primeiras horas de busca, e também nos dias seguintes, os bombeiros fizeram uma varredura na mata próxima ao local. No total, a área percorrida chega a 122 mil m², tarefa que também contou com o uso de drones e de um binômio (dupla de bombeiro e cão de busca).
A hipótese de que Ítalo tenha se aproximado do rio, porém, fez com que os esforços se concentrassem na água durante a semana. Cerca de um quilômetro foi percorrido no rio, inclusive com a atuação de mergulhadores no local.
“As câmeras mostram que de um certo ponto ele não passou e, no outro, há uma barreira natural pela qual é impossível ele ter passado”, explica o tenente João Ricardo Prochmann. “Essa distância foi feita e refeita pelo menos três vezes”, complementa.
Nesta sexta-feira (3), as buscas são realizadas tanto na área de vegetação quanto no rio. “A principal hipótese é de que ele tenha caído no rio, mas hoje também trabalhamos com a hipótese de que alguém possa ter feito algum mal para a criança e escondido ela na área. Vamos refazer as buscas com esse intuito”, diz o tenente.
Uma equipe, porém, segue trabalhando no rio: “nesse frio, supostamente, um corpo demoraria de cinco a seis dias para subir. Por isso, queremos estar na água”, fala. As buscas no rio são dificultadas pela correnteza, que acaba impactando no trabalho dos mergulhadores.
Para João Ricardo, as características do lugar, teoricamente, fariam dessa uma ocorrência “simples”. “O local é pequeno em comparação com outras ocorrências, o rio não tem extensão muito grande, não é tão fundo, nem tão comprido. Não era para ser uma ocorrência complicada”, explica.
Diante da falta de novas pistas sobre Ítalo, no entanto, as buscas podem ser encerradas em breve.
Polícia Civil também investiga o desaparecimento
A Polícia Civil de Rio Negrinho já analisou imagens das câmeras de segurança, a passagem de carros pela rua e ouviu pessoas sobre o desaparecimento de Ítalo. No entanto, nada fora do comum foi identificado até o momento.
“Não há nada que leve a crer que tenha havido algum crime, embora ninguém descarte nenhuma possibilidade”, diz o delegado Rubens Passos de Freitas.
Ele explica que aguarda o encerramento oficial das buscas pelos bombeiros para, então, fazer oitivas formais. O caso também já foi encaminhado para a Delegacia de Polícia de Pessoas Desaparecidas, em Florianópolis, especializada em desaparecimentos.
Com informações do ND+