Éder Matte, delegado da DPCAMI, afirmou que o suspeito é o padrasto da menina, de 55 anos. O homem foi preso na tarde de quarta-feira, em Chapecó, no Oeste do Estado, mas negou as informações
“Me ajuda eu estou sofrendo abuso sexual do meu pai.” Essa foi a mensagem em forma de bilhete que uma menina, de 10 anos, entregou ao monitor do ônibus escolar na última segunda-feira (9), em Chapecó, no Oeste de Santa Catarina, para denunciar que era abusada pelo padrasto.
O delegado Éder Matte, da Delegacia de Proteção à Criança, Adolescente, Mulher e Idoso de Chapecó detalhou que os abusos aconteciam desde janeiro deste ano na casa da família, que fica no interior do município. “O último abuso teria ocorrido na semana passada”, falou. Exames realizados pelo Instituto Médico Legal na menina comprovaram a violência sexual.
O bilhete escrito pela menina foi entregue pelo monitor na escola onde ela estuda. A direção da unidade acionou o Conselho Tutelar que chamou a Polícia Civil. “Quando tivemos conhecimento destes fatos, foi imediatamente instaurado o inquérito policial. A vítima foi ouvida pela psicóloga da delegacia, assim como a mãe. Outras diligências foram realizadas e, na quarta-feira, foi representada pela prisão preventiva deste homem”, relatou Matte.
O padrasto da criança foi preso e levado ao presídio local na tarde de quinta-feira (12), mas em depoimento à Polícia Civil negou os fatos. A menina afirmou à psicóloga policial que ninguém da família sabia dos abusos.
“Não havia suspeita por parte da mãe, foi uma surpresa para ela também. Segundo a própria vítima, ela ainda não teria conversado com ninguém sobre o caso, o que é uma dificuldade que vítimas desse tipo de crime tem de levar esses casos à polícia”, acrescentou o delegado, que deve ouvir novamente a mãe e outras testemunhas na próxima semana.
Chapecó conta com uma rede de proteção para vítimas de abusos sexuais. A menina será acolhida pela equipe para atendimento psicológico. “O mais importante neste caso, até para preservar a identidade da vítima, é a mensagem que esse caso traz. A forma que foi feito o pedido de socorro demonstra que esta menina estaria sofrendo muito”, narrou o delegado.
Com a pandemia e as medidas de isolamento social, autoridades têm se mostrado preocupadas pela diminuição de denúncias de crimes contra crianças. Além disso, muitas das vítimas tem dificuldade de procurar ajuda em razão do trauma sofrido. “Que sirva de exemplo para as crianças que estejam passando por alguma situação parecida, que tentem de alguma forma procurar ajuda, denunciar esse tipo de situação para que os agressores sejam responsabilizados”, finalizou Matte.
Com informações do ND+