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Frete deve subir até 5,4% em SC após aumento do diesel e pressionar alta geral de preços

Empresários do setor pedem mudanças na política de preços dos combustíveis

Divulgação

O setor de transporte de cargas em Santa Catarina já tem indicação de aumento imediato de até 5,4% no valor do frete, já a partir desta terça-feira (10). A medida é tratada pelos empresários do ramo como uma compensação ao encarecimento do diesel no país.

Neste mesmo dia, passou a valer o reajuste de 8,87% no preço médio do litro de diesel nas refinarias da Petrobras, agora em R$ 4,91 para as distribuidoras. Nas bombas, o litro do diesel tinha valor médio no Estado a R$ 6,474 na última semana, e o do diesel S10 estava em R$ 6,566, segundo levantamento da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

A alta no frete foi calculada pela Federação das Empresas de Transporte de Carga e Logística no Estado de Santa Catarina (Fetrancesc), que representa cerca de 20 mil empresas catarinenses do setor de transporte rodoviário de cargas.

Ela faz parte da Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC&Logística), que congrega diferentes entidades patronais do país e, ainda na segunda (9), havia indicado reajuste de ao menos 3,1% no frete.

A Fetrancesc confirmou ao Diário Catarinense que vai reiterar aos seus associados a indicação de reajuste da NTC&Logística, com a possibilidade de que isso seja ampliado até 5,4%. Ela também afirmou, em comunicado adiantado à coluna do jornalista Renato Igor, que o aumento deve pressionar uma alta geral de preços na economia do Estado.

“Estes constantes aumentos no preço dos combustíveis refletem na mesa do catarinense, do brasileiro. Isso porque, considerando que tudo o que se produz e consome inevitavelmente passa pelo caminhão, o custo da atividade do transporte impacta significativamente no preço pago pelo consumidor final”, escreveu a entidade.

O modal rodoviário é responsável por cerca de 64,7% do transporte de cargas no Brasil, segundo pesquisa publicada pela Confederação Nacional do Transporte (CNT) em abril deste ano.

O estudo faz um perfil do setor no país e coloca Santa Catarina em destaque. O Estado é o terceiro que mais abriga matrizes de empresas de transportes rodoviário de carga (12,9% delas) e o quarto em filiais (24,8%).

A pesquisa também identifica que três em cada quatro empresários do setor no país (75,2%) estão associados a alguma entidade patronal e que o principal vilão da atividade para 82,3% deles é justamente o preço do diesel.

O combustível é hoje o componente de maior peso nos custos dos transportes, segundo a Fetrancesc destaca em seu comunicado, fazendo menção a um cálculo realizado pela NTC&Logística. O gasto com diesel corresponde, em média, a 35% do valor dos fretes, podendo chegar a 60% a depender da transportadora.

Além de criticar o recente aumento da Petrobras, a entidade catarinense pede alternativas à contínua alta dos combustíveis, uma maior previsibilidade nos reajustes, a abertura do mercado de refinarias e uma política de preços atrelada ao real.

Desde 2016, ainda no governo Michel Temer (MDB), a estatal adota um modelo de paridade com o mercado internacional. Assim, o preço dos combustíveis é diretamente afetado pela cotação do dólar e pelo valor do barril de petróleo no mercado.

Com informações do NSCTotal

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