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Veja quais são os ‘vilões’ da alta do preço dos alimentos em SC

Falta de chuva e guerra entre Ucrânia e Rússia seguem afetando a economia e o bolso do catarinense.

Divulgação

O grupo de alimentação e bebidas ficou quase 10% mais caro nos últimos 12 meses em Florianópolis. Apesar disso, alguns produtos devem seguir o mesmo ritmo a sequência da estiagem e a permanência do guerra entre Ucrânia e Rússia, por exemplo.

Primeiro, é importante destacar que os gastos em produção também ficaram mais caros. De acordo com o analista de socioeconomia do Epagri, Rogerio Goulart, os insumos, por exemplo, fertilizantes para plantação triplicaram de preço nos últimos meses.

“Grande parte da nossa importação, como potássio e fosfato nitrogenado vem de países afetados na guerra entre Ucrânia e Rússia. A parte que não vem desses locais ficaram mais caros por conta da questão logística e marítima, por exemplo, pouco contêiner e navios que precisaram mudar de rota resultam no aumento do frete”, explica Rogerio Goulart.

Além do critério de importação, a crise de fertilizantes também é ocasionada por conta da falta do produto no mercado. “A diminuição da importação resulta no aumento do preço internacional”, complementa o analista.

Rogério Goulart destaca ainda que a alta do preço dos combustíveis também é um dos vilões para o encarecimento dos alimentos no cenário nacional e catarinense.

“Assim como a questão da importação, a alta dos combustíveis também resulta no aumento dos produtos por conta do frete entre as cidades e estados”, complementa.

Influência meteorológica

Ainda de acordo com o analista do Epagri/Cepa (Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola), a estiagem prejudicou o desenvolvimento de alguns produtos da safra de Santa Catarina.

Conforme o boletim mensal da Epagri/Cepa, o feijão, um dos principais produtos da mesa do brasileiro, foi prejudicado devido a condição climática.

“As estimativas iniciais para a safra 2020/21 de feijão 1ª safra eram muito boas. Em agosto de 2021, os bons preços praticados durante o ano, bem como a necessidade de promover a rotação de culturas nas áreas de lavouras, motivou produtores a aumentar suas áreas de plantio de feijão, contudo a estiagem frustrou as expectativas”, destaca a equipe no boletim.

Além disso, o milho também é outro produto que deve ficar com preço elevado por conta da estiagem e da guerra entre Ucrânia e Rússia.

Atualmente, a Ucrânia é o 6º maior produtor mundial e Santa Catarina tem um déficit de mais de 5 milhões de toneladas por ano do produto, ou seja, que precisa ser suprido por meio do comércio interestadual e importações.

“As dificuldades de exportação do milho ucraniano, em decorrência do conflito, devem contribuir para manter os preços do milho em patamares elevados e dificultar o abastecimento do estado. Essa situação é agravada pela estiagem que afeta a região Sul do país”, complementa o boletim agropecuário.

Inflação nacional e em Florianópolis

O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou os dados da prévia da inflação que apontam o peso dos alimentos nos custos da alimentação.

De acordo com o UOL, a cenoura teve um aumento de 45,65%, o tomate 15,46% e batata-inglesa 11,81%.

Já em Florianópolis, o aumento do tomate foi de 9,72% e a batata-inglesa subiu 13,12%. Os dois alimentos fazem parte do grupo de tubérculos, raízes e legumes que teve um reajuste de 8,79% entre o mês de fevereiro e janeiro, conforme a pesquisa de Índice de Custo de Vida da Capital realizada pela Udesc (Universidade do Estado de Santa Catarina).

De acordo com o levantamento de fevereiro, o grupo de alimentos e bebidas ficaram 9,56% mais caro nos últimos 12 meses, ou seja, em comparação ao mês de fevereiro de 2021.

Com informações do site ND Mais

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