Educação

Corte no orçamento ameaça estrutura e pesquisas na UFSC em 2022

Universidade retorna atividades 100% presenciais neste ano, com verba inferior a 2019

Divulgação

Com o retorno das atividades 100% presenciais neste ano, mas orçamento inferior a 2019, a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), diz que a situação é “preocupante” e terá o desafio de manter o pleno funcionamento da instituição neste ano. A manutenção das estruturas físicas, além de projetos de pesquisa e benefícios aos estudantes poderão ser prejudicados, segundo a universidade.

Conforme o secretário de Planejamento e Orçamento da UFSC, Fernando Richartz, em 2019 a UFSC tinha um orçamento de R$ 145 milhões de custeio (utilizado para manutenção das atividades do dia a dia) e R$ 5 milhões de capital (para investimento na universidade). Em 2022, o valor passou para R$ 132 milhões de custeio e R$ 4 milhões de capital.

As universidades públicas já haviam passado por cortes no orçamento em 2020 e 2021, mas houve economia de recursos já que as aulas presenciais foram suspensas por conta da pandemia. O restaurante universitário estava fechado e não foi necessário pagar auxílios aos estudantes, como vale-transporte.

Com o retorno de todas as atividaes ao sistema 100% presencial, previsto para ocorrer até abril deste ano, o orçamento ficará bastante apertado, explica o secretário.

— A situação para 2022 é bem preocupante. Quando nós olhamos 2019, que era o último ano com funcionamento 100% presencial, tínhamos próximo a R$ 150 milhões e para 2022 nós temos próximo de R$ 136 milhões. Sendo que a inflação fez com que todas as despesas aumentassem — declara.

Ele acrescenta:

— Além disso, o Governo Federal também aumentou o valor das bolsas de estágio, o que fez a nossa necessidade de recurso aumentar. Então vai ser um ano bem complicado, onde nós teremos que fazer uma gestão com um orçamento muito inferior do que seria o necessário.

De acordo com o secretário, o orçamento necessário para este ano seria o valor de 2019 (R$ 145 milhões de custeio) atualizado pela inflação: cerca de R$ 170 milhões. Ele também destaca que ao longo do ano o ideal seria receber cerca de R$ 20 milhões para investimento.

Estruturas físicas e projetos da universidade prejudicados

Segundo Fernando Richartz, a principal dificuldade para 2022 será a manutenção da estrutura da universidade, já que o orçamento não é suficiente para dar continuidade a obras que estão paralisadas e nem iniciar novas.

— Com um orçamento tão baixo de capital, não é possível fazer nenhuma reforma ou obra de acessibilidade, saneamento ou até ampliação dos espaços que estão sendo necessários. Esse valor de R$ 4 milhões fica basicamente pra equipamentos de informática, projetores e equipamentos de laboratório que acabam danificando e nós precisamos repor — diz.

Além disso, ele explica que, caso o orçamento continue baixo nos próximos anos, os projetos de pesquisas, ações de extensão e programas de benefícios aos estudantes terão que ser reduzidos.

Protocolos contra Covid têm impacto no orçamento

Somado ao corte de verbas, as universidades públicas têm outras despesas com forte impacto no orçamento: os protocolos contra Covid-19. Na UFSC, estão inclusos:


Compra de máscara PFF2 para todos os servidores e estudantes que não tem condições;
Disponibilização de álcool em gel em todos os espaços;
Medição de CO2 nas salas, com equipamentos e equipe;
Testagens em todos que frequentam o ambiente da universidade.

Conforme o secretário, mesmo sabendo do impacto no orçamento e com vários desafios à vista, a testagem foi uma das medidas prioritárias adotadas na UFSC neste ano para garantir a segurança de todos.

Com informações do NSCTotal

Notícias Relacionadas

Custos de ultraprocessados e álcool ao SUS atingem R$ 28 bi por ano

Cerca de 160 mil mortes anuais têm relação com consumo desses produtos

Primeira parcela do décimo terceiro deve ser paga até esta sexta

Segundo Dieese, salário extra injetará R$ 321,4 bilhões na economia

Motociclista morre em colisão frontal com carro em SC

Segundo relatos da PMRv, o motorista do carro, um homem de 25 anos, é suspeito de estar dirigindo sob influência de álcool no momento da colisão

Taxa de desocupação de Santa Catarina cai para 2,8%, o menor percentual em 10 anos

pesquisa do IBGE mostra também que o mercado de trabalho catarinense está em expansão