Declaração de Antonio Nunes (PSDB) a uma rádio, onde teria afirmado que os vereadores só serviam para bater palmas, motivou a discussão.
O vereador Antonio Nunes (PSDB) em entrevista a uma rádio local, na última semana, disse que antes dele fazer parte da câmara, os vereadores ficavam apenas batendo palmas, querendo fazer uma clara alusão de que não havia oposição ao atual governo. A manifestação gerou polêmica e revolta, na sessão desta segunda-feira (16), quando os vereadores repudiaram a colocação feita por Antonio Nunes.
O primeiro a se manifestar e que levantou a questão, fazendo uso da tribuna, foi o vereador José Cambruzzi (PMDB), que contestou o que foi dito e defendeu sua integridade dizendo que já fez muito pelo município. Em seguida, Antonio Nunes, pediu desculpas e disse que Cambruzzi não fazia parte de seu comentário, valendo apenas para os demais vereadores, o que acabou gerando uma revolta ainda maior.
O vereador José Antonio De Bettio (PSDB), revoltado com as colocações de Nunes, se defendeu dizendo que é um vereador atuante, que além de legislar e fiscalizar consegue também tempo para buscar recursos financeiros para obras no município, nos governos do Estado e Federal.
Nesse momento o debate esquentou ainda mais, quando o vice-presidente da casa, Pedro Luiz Machado (PMDB), em aparte, demonstrou também sua indignação. “A gente está aqui para trabalhar. Não estou aqui só para bater palma. Quem me conhece sabe do meu trabalho e da minha luta. E quero saber do vereador do Toninho o que trouxe para o município nesses sete meses que está no cargo“, questionou Pedrinho.
Em réplica, Toninho, reafirmou que realmente, antes de sua chegada à Câmara, só se via vereadores agradecendo e aplaudindo as ações do governo municipal. “E eu te dou um exemplo, no dia em que a secretária de Educação esteve nessa casa, nenhum vereador do PMDB questionou, com exceção do Alfonso, que fez apenas uma pergunta básica. Antes de eu vir para cá, era uma vergonha. Isso aqui parecia uma festa de Santa Bárbara”, disparou o vereador.
Na sua tréplica, Pedrinho disse que o assunto em questão era o que os vereadores conseguiam trazer de recursos para o município e não se o vereador pergunta ou deixa de perguntar quando algum convidado vai à Câmara. “Desde quando me elegi corro atrás de recursos para o município. Usando a tribuna você disse que tinha as portas, da frente e dos fundos, dos governos do Estado e Federal, abertas para você. Agora quero o nobre colega me mostre qual foi o recurso que conseguiu trazer para Lauro Müller”, desafiou.
Em resposta, Toninho disse que está apenas sete meses na Câmara, diferente dos demais vereadores que estão a quatro anos. “Se eu ficar aqui discutindo os quatro anos, vai ficar vergonhoso pra você vereador”, completou.
Ramiris Fontanella, entrou também na discussão, dizendo que não adianta os vereadores ficarem brigando para ver quem trouxe ”isso ou aquilo”. “Nós somos pagos para isso, foi pra isso que o povo nos elegeu. Nós temos é que buscar, buscar e buscar”, destacou.
O presidente da casa, Manoel Jades Izidorio (PMDB), fez questão de registrar que todos os vereadores estão empenhados em fazer o melhor pelo município, muitos inclusive, têm ido a Florianópolis e Brasília em busca de recursos. “Então Toninho, nós gostaríamos que citasse o que você trouxe nesses sete meses. Concordo quando disse que é pouco tempo, porém é bom lembrar que você já foi vereador em outra legislatura, vice-prefeito e até prefeito”, ressaltou Maneca, concluindo que os vereadores precisam esquecer siglas partidárias e lutar pelo bem do município.