No meio do tumulto, balas de borracha e spray de pimenta foram utilizados.
Há 14 dias os professores de Cocal do Sul estão em greve e promovem ações em frente à prefeitura do município. Nos últimos dias, a relação entre grevistas e administração municipal esquentou. Desde a última sexta-feira, cerca de 20 policiais militares reforçam a segurança para evitar que atividades no interior do prédio da prefeitura sofram interferências.
Até hoje não havia ocorrido nenhum problema entre manifestantes e Polícia Militar. Mas no início da tarde desta segunda-feira, de acordo com o sindicalista Aílson Tournier, os policiais entraram em conflito com os grevistas. “Estávamos com uma churrasqueira no local acertado com o Governo para permanecermos. De repente, os policiais chegaram chutando a churrasqueira e nos encarando, mandando sair dali”, explicou ele.
Segundo Tournier, a violência aumentou neste momento. “Questionamos para saber o motivo de tanta truculência e o companheiro Camisa (o vereador criciumense Ivan Westphal) foi conversar com eles. Os policiais, então, deram tiros de bala de borracha em nós e usaram spray de pimenta para nos afrontar”, completou o sindicalista.
Para a presidenta do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Criciúma e Região (Siserp), Maria Bárbara Teixeira, a atitude fortalece o movimento grevista. “É lamentável que se precise de violência. Nestes 14 dias não fizemos nada além do acordado com a prefeitura e a polícia responde desta forma?”, questionou ela. “Só queremos que o Governo cumpra com o piso salarial nacional. Vamos continuar a greve até que isso esteja solucionado, independente da violência que possa ser usada contra nós”, concluiu.
Um Boletim de Ocorrência foi realizado na delegacia de Cocal do Sul pelos grevistas envolvidos no caso. Eles foram ao local acompanhados do advogado do Siserp, Haroldo Bez Batti Filho.