O principal motivo para a implantação do ensino da Língua Brasileira de Sinais (Libras) no Meta é buscar a inclusão da comunidade surda na sociedade.
O Centro Educacional Meta, situado em Orleans, se tornou a primeira escola bilíngue da região Sul de Santa Catarina. A diretora Marlene Turazzi Moreira explica que a escola bilíngue se difere de uma escola que ensina outra língua no currículo. Neste caso, o Meta já oferecia outras duas línguas, o Inglês e o Espanhol, porém, através do ensino bilíngue, conta com um programa especial para lecionar um segundo idioma de forma integrada às outras disciplinas.
A escola irá utilizar o idioma de libras como meio de instrução para construção de conhecimento em áreas diversas. Quanto mais cedo as crianças começam a aprender duas ou mais línguas simultaneamente, melhor será sua flexibilidade mental para avaliar questões complexas e para o desenvolvimento de diversas áreas do conhecimento, como cognitiva e habilidades socioemocionais.
A educação bilíngue vai muito além de garantir ao aluno um futuro promissor e aprender uma nova língua. Ela também desenvolve concentração, memória, pensamento ágil e criatividade, além de uma bagagem cultural que garante que, no futuro, os alunos saibam se relacionar de maneira empática com as pessoas. O principal motivo para a implantação do ensino da Língua Brasileira de Sinais (Libras) no Meta é buscar a inclusão da comunidade surda na sociedade.
Na infância e na adolescência, há uma maior facilidade de se aprender uma nova língua, como a Libras. A língua de sinais é como as pessoas com deficiência auditiva se comunicam e conhecê-la é uma forma de respeitá-las e de abrir a possibilidade de diálogo, dando espaço para que elas possam não apenas se comunicar, mas também se integrar melhor à sociedade. Ao introduzir a língua no ensino das crianças, elas poderão, além de se comunicar com pessoas surdas, mostrá-las a importância delas na sociedade.
“Aqui, no Meta, nós sempre mostramos aos nossos alunos o valor da inclusão e da aceitação das pessoas como elas são, sem um olhar de preconceito ou de exclusão. Crianças que crescem sabendo respeitar o próximo e as diferenças são capazes de construir uma sociedade mais justa e acessível para todos”, comenta a diretora Marlene. Neste mês de setembro, a escola já iniciou os trabalhos do Setembro Amarelo e, agora, dá início também ao Setembro Azul, que é o mês da visibilidade da Comunidade Surda Brasileira. O mês será marcado por diversos eventos voltados aos temas de valorização à vida e de conscientização sobre a acessibilidade e a comemoração das conquistas obtidas pela comunidade surda ao longo dos anos.