Chefe do Executivo de Urussanga está afastado do cargo desde maio, quando ocorreu a Operação Benedetta.
Quase dois meses após a deflagração da Operação Benedetta, em Urussanga, a defesa do prefeito Gustavo Cancellier (PP) segue buscando o retorno dele ao cargo. O chefe do Executivo foi afastado da função no dia 20 de maio.
Segundo o advogado de Cancellier, Bruno Carminati Cimolin, a defesa já ajuizou um pedido de revogação das medidas cautelares impostas, com o objetivo que ele retorne ao Paço Municipal de Urussanga. “O pedido foi ajuizado no começo deste mês, está tramitando. Vai passar pelo Ministério Público Federal, onde vão exarar um parecer pela revogação ou manutenção das cautelares. Depois desse parecer do Ministério Público Federal, vai ao desembargador do Tribunal Regional Federal para que ele possa estar decidindo. E na ocasião, ele vai decidir se mantem as cautelares e o afastamento do prefeito ou se revoga as cautelares e autoriza a volta à prefeitura de Urussanga”, explica.
O advogado destacou que não é possível estipular um prazo para a decisão. “Falar em prazo é um pouco complicado, pois é pelo sistema, e ele não tem como fixar um prazo. Ainda mais que é o próprio sistema que faz as intimações. É tudo automatizado. Não tem como fixar um prazo, mas está tramitando e estamos aguardando a decisão”, conta.
De acordo com Cimolin, o afastamento foi determinado sem fixação de prazo, diferente das primeiras informações, que falavam em 180 dias. E segundo ele, Cancellier segue colaborando com as investigações. “Ele já foi ouvido pelas autoridades policiais e segue colaborando comas investigações e aguardando pela Justiça”, completa.
A operação
Cancellier foi afastado do cargo durante a Operação Benedetta, que investiga possíveis desvios de recursos públicos em contratos da Prefeitura de Urussanga. Mais de 70 policiais federais participaram da ação, cumprindo 18 mandados de busca e apreensão também em Orleans, Siderópolis, Criciúma e Tubarão.
Os endereços investigados vinculados à empresas, órgãos públicos e também casas de empresários e de servidores públicos da prefeitura. A PF apreendeu um carro usado pela primeira-dama de Urussanga, além de R$ 80 mil em um dos locais investigados. Além de Cancellier, outros servidores e ex-servidores foram proibidos de entrar no Paço Municipal.
A investigação teve início em setembro de 2020, e a operação, realizada em maio, teve o objetivo de buscar novas evidências das possíveis fraudes que teriam ocorrido em obras de pavimentação, além de identificar a participação de servidores públicos nos fatos.
Possível superfaturamento
Segundo o delegado da Polícia Federal de Criciúma, Daniel Reschke, a PF identificou “fundados indícios” de superfaturamento de R$ 300 mil em uma obra realizada no bairro Estação, onde foram investidos recursos do Finisa (linha de crédito liberada pela Caixa Econômica Federal). Entre os principais pontos da denúncia, está o pagamento por serviços com máquinas que não foram executados.
Ele ressalta que essa obra superfaturada faz parte de um conjunto de outras obras que somam aproximadamente R$ 15 milhões. “A investigação continua. Vamos verificar se nessas outras obras também ocorreram desvios de recursos similares ao que gente já identificou em primeira análise”, acrescenta Reschke.
Com informações do site TNSul