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Com 85 mil ‘sumiços’ para 2ª dose, SC enfrenta dificuldades com busca ativa

Governo estadual enviou ofício aos municípios, pedindo estratégias para garantir reforço; levantamento aponta que 12 municípios não procuram faltantes.

Divulgação

Não tomar o reforço da vacina contra a Covid-19 é dar tiro no escuro. Falta lastro científico que assegure imunização com apenas uma dose, a eficácia é garantida apenas com o esquema completo. Mesmo assim, até esta quarta-feira (14), pelo menos 85.741 moradores de Santa Catarina “sumiram” na data marcada para receber a D2.

Os dados foram divulgados na terça-feira (13) pela Dive/SC (Diretoria de Vigilância Epidemiológica). O número corresponde a 2,73% de todas as pessoas que foram vacinadas até esta quarta-feira com a primeira dose, segundo dados do Vacinômetro.

São mais de 38 mil pessoas que não tomaram o reforço vacinal da Astrazenenca no prazo de três meses entre as duas doses.

Outros 47 mil moradores de Santa Catarina não tomaram a última dose da Coronavac, cujo intervalo é de 28 dias.

Por conta disso, a Dive encaminhou nesta terça-feira um ofício às secretarias municipais de saúde. A diretoria pede que sejam adotadas “estratégias para garantir a aplicação da segunda dose (D2) nas pessoas que iniciaram o esquema”.

Desfalque

Ligações, mensagens, e-mail, visita domiciliar, campanhas sociais, agentes comunitários, divulgação pela imprensa local e contato por meio de familiares. Essas são algumas da estratégias adotadas pelas prefeituras para contatar e conscientizar os atrasados.

Entretanto, até o dia 10 de maio, 14 municípios catarinenses não contavam com nenhum mecanismo de busca dos faltantes. O dado consta em relatório do TCE (Tribunal de Contas do Estado), divulgado nesta terça-feira e que compila dados apurados junto às secretarias de saúde.

Há ainda seis prefeituras que sequer possuem mecanismo para controle dos vacinados quanto a aplicação da segunda dose. Ou seja, não realizam nenhum agendamento dos pacientes ou controlam o andamento por meio de planilhas.

Ameaça para a “imunidade de rebanho”

Como foi informado no último mês, os faltantes representam um risco para que seja alcançada a “imunidade de rebanho” em Santa Catarina. Um número expressivo de pessoas sem a segunda dose, caso registrado, comprometeria a imunidade coletiva e a volta à normalidade. É necessário uma força-tarefa para garantir que ninguém fique para trás.

A Dive não descarta a possibilidade de que parte dos faltantes sejam na verdade erro de registro. No mesmo ofício, pediu aos municípios que mantenham as informações atualizadas no SIPNI, sistema do Ministério da Saúde que acompanha o andamento da vacinação no país.

Por fim, a Diretoria destacou que reserva doses de forma que não há falta de doses para garantir a conclusão dos esquemas nos períodos recomendados pelos fabricantes.

Mesmo atrasado, é necessário tomar a 2ª dose

O PNI (Plano Nacional de Imunização) orienta que as pessoas tomem a segunda dose o mais rápido possível, mesmo quando já foi vencido o prazo de intervalo previsto em bula. É “improvável que haja prejuízo na resposta imune”, informa o plano.

O documento ainda reforça que ficar sem tomar a segunda dose é preocupante. Isso porque o paciente fica exposto ao vírus, pois não qualquer comprovação de eficácia com apenas uma dose. A primeira dose faz com que o organismo reconheça que a proteína é estranha e comece a produzir anticorpos, mas não de forma eficaz, detalha.

Já a segunda aprimora a produção, com maior e mais qualidade. E gera a chamada “memória imunológica”: “o linfócito lembra a longo prazo da proteína estranha”, explicou o médico infectologista Rogério Sobroza de Mello, em reportagem publicada nesta terça-feira (13).

Com informações do site ND Mais

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