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Teve reação à vacina da Covid? Veja o que fazer

Sintomas como dor muscular, de cabeça e febre são esperados nos dias após a aplicação; veja como proceder.

Divulgação

Com o avanço da vacinação contra Covid-19, aumentam também os relatos de pessoas que tiveram algum tipo de reação ao imunizante. Sintomas como febre, dor de cabeça, dor nas articulações e no local da aplicação, no entanto, são esperados nos dois ou três dias seguintes à aplicação das doses e não devem ser sinal de preocupação.

Em contrapartida, quadros que persistem além de três dias ou com outros sinais como falta de ar, enjoo e visão turva podem indicar não uma reação à vacina, mas a existência de outra doença associada, o que exige maior atenção e atendimento médico.

A infectologista da Diretoria de Vigilância Epídemiológica de Santa Catarina (Dive-SC), Ana Paula Bertuol, respondeu à reportagem do Diário Catarinense tirando dúvidas sobre as reações e fez um alerta a quem ainda possa ter algum receio dos possíveis efeitos dos imunizantes.

“O evento adverso, quando acontece, normalmente é muito leve e por um ou dois dias. Ter Covid-19 sintomática deixa sequelas maiores, muitas que nem sabemos dizer ainda. A doença é infinitamente mais grave e pior. Temos que ter medo é da Covid, e não da vacina” afirma.

Abaixo, veja oito perguntas e respostas sobre reações às vacinas da Covid-19.

Que reações podem ocorrer?

Leves

As reações leves mais comuns são febre, dor muscular, dor de cabeça e dor nas articulações, como em um estágio inicial de gripe. Esses efeitos ocorrem também em outras vacinas, como a da gripe, e são esperados no período de até 2 a 3 dias após a vacinação. São mais frequentes após a primeira dose, que é o contato inicial do organismo com os antígenos do imunizante que vão atuar na produção dos anticorpos, mas podem ocorrer também após a segunda dose.

Outras reações

Outros sintomas como alergia, irritação na pele e broncoespasmo (contrações dos brônquios que causam falta de ar) também foram notificados em SC, mas em número muito menor e em geral em pacientes já alérgicos.

Casos raríssimos de trombose também são investigados por possível relação com imunizantes do método de vetor viral com adenovírus, caso das vacinas dos laboratórios Astrazeneca e Janssen. Segundo nota do Ministério da Saúde, a incidência desses casos em países europeus seria de 1 a 8 casos por milhão de pessoas vacinadas – equivalente a menos de 0,0008%.

Por que acontecem?

Os sintomas como febre e dor de cabeça são respostas esperadas para a forma como a vacina funciona no organismo. Eles ocorrem devido a uma reação inflamatória do sistema imunológico ao material genético do vírus, que neste caso funciona apenas como um “falso agressor”. É como se a vacina simulasse uma pequena infecção, e o corpo se preparasse para combatê-la. Esse processo resulta na produção dos anticorpos, que serão importantes e estarão prontos para atuar em caso de contato com o vírus. Quem não tem reações à vacina, no entanto, não precisa se preocupar, porque cada organismo responde de uma forma diferente à atuação do imunizante. Vale lembrar que nenhuma vacina da Covid-19 em utilização no mundo possui o coronavírus vivo, mas somente morto ou em pequena parte dele. Portanto, não podem causar a doença – ao contrário, protegem contra ela.

Como tratar?

A recomendação da infectologista da Dive-SC é de repouso e hidratação durante esses sintomas. Se o quadro de febre ou dor for intenso, é possível tomar antitérmicos, como paracetamol ou dipirona. No entanto, ela recomenda que não se faça uso contínuo por vários dias justamente para observar a evolução dos sintomas.

As reações à vacina costumam durar até 2 ou 3 dias depois da aplicação. Se o quadro permanecer além desse período, é possível que a causa seja outra doença, até mesmo a Covid-19, já que a vacina não protege 100% contra infecções e a imunização só ocorre duas semanas após a segunda dose. Nesses casos em que os sinais persistirem, a orientação é procurar atendimento médico. Sintomas como enjoo, visão turva e falta de ar também exigem maior atenção e acompanhamento médico.

“Se, mesmo um ou dois dias após a vacina, o paciente tomou remédio, fez repouso, se hidratou e não está evoluindo, começa a sentir visão turva, falta de ar, febre muito intensa que não cede, também é motivo para procurar atendimento médico porque outras coisas podem estar associadas” afirma a médica Ana Paula Bertuol.

Devo tomar medicamento antes?

A médica recomenda a não tomar medicamentos para “prevenir” reações antes da aplicação. Além de não garantir esse efeito, nas vacinas em geral o uso de remédios que controlam reações inflamatórias pode diminuir a resposta ao imunizante.

Devo notificar?

Pacientes que tiverem reações à vacina devem comunicar a secretaria de saúde do seu município. A infectologista explica que no caso de sintomas leves como febre, dor de cabeça e dor muscular, não há necessidade desse registro, embora os profissionais de saúde que atendam pacientes com algum tipo de reação devam obrigatoriamente reportar no sistema do Ministério da Saúde. No caso de sinais diferentes desses ou de maior gravidade, a procura de atendimento médico e a notificação das reações são importantes.

As reações podem ser diferentes entre as vacinas?
Sim. Em SC, há mais relatos de reações à vacina do laboratório Astrazeneca, mas este também foi o imunizante mais utilizado. No caso da Coronavac, houve menos queixas e no imunizante da Pfizer as aplicações ocorreram há menos tempo e ainda não há avaliação. Sintomas leves como dor no local da aplicação, dor de cabeça e febre, no entanto, constam nas bulas de todos esses imunizantes.

As reações significam que a vacina está “fazendo efeito”?

As reações podem ser um indicativo de que o sistema imunológico está produzindo resposta imune, mas isso não significa que a vacina não “fez efeito” em quem não teve reação. Não há uma relação direta entre a existência ou não de reações e variações na eficácia dos imunizantes.

Reações são mais comuns nos mais jovens?

A infectologista da Dive-SC afirma que os relatos de reações à vacina tem aumentado nas últimas semanas, e isso pode ter relação com o público que vem sendo imunizado. Em idosos, que foram os primeiros a tomar as vacinas, houve poucos relatos de reações. Em pessoas mais jovens, que vêm recebendo as doses na fase atual da imunização, o sistema imunológico é mais potente e, por isso, pode ter mais reações ao funcionamento da vacina no organismo.

Com informações do site NSC Total

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