O fotógrafo Niko Amaya conta que está na estrada há nove meses, partindo de Búzios, Rio de Janeiro
Após sete anos vivendo no Brasil, o fotógrafo Niko Amaya, natural de Córdoba, Argentina, voltará à terra natal por meio de uma cicloviagem. Ao ver por imagens a paisagem da Serra do Rio do Rastro, se organizou para conhecer o local, mas nem só de paisagens exuberantes se faz uma viagem de bicicletas. Os perrengues também são comuns.
“Eu já moro no Brasil há sete anos. Na Copa do Mundo, viajei para o Rio de Janeiro, conheci aquela região, me apaixonei e decidi voltar no mesmo ano, em 2014. Sempre fui um pouco nômade, de fazer trabalhos de temporadas em outros lugares. Busquei um trabalho de temporada em Búzios, mas acabei ficando direto. Sou fotógrafo e trabalhei em passeios de barco. A minha ideia era guardar dinheiro para comprar uma Kombi e deixar ela bonitinha para morar e viajar, mas começou a pandemia e eu não consegui. Então decidi viajar de bicicleta, já que eu não tinha trabalho para me apegar à cidade onde estava”.
Ele conta que está na estrada há nove meses, partindo de Búzios, Rio de Janeiro. Ele chegou por volta das 13 horas desta quarta-feira, dia 2, ao pé da serra, no distrito de Guatá, em Lauro Müller, com grandes expectativas. “Sempre vim costeando o litoral. Tenho amigos aqui em Santa Catarina que foram os primeiros a me falar da Serra do Rio do Rastro. Então comecei a ver fotos e pensei que tinha que passar por aqui. Também assisti a documentários de cicloviagens que mostram como é. Esta está sendo a minha grande oportunidade”, afirmou.
Contudo, devido às obras no local e, consequentemente, a interdição, em um primeiro momento, não foi permitido que ele subisse, apenas após as 18 horas. “Quando cheguei e não me deixaram passar, eu chorei (risos). O clima não favorece e, para carregar tanto peso, acho que é meio perigoso à noite”, contou. Para não perder tempo, uma nova rota já estava sendo planejada por ele, mas o objetivo foi alcançado graças ao apoio das Secretarias de Turismo e Assistência Social de Lauro Müller, que viabilizaram que ele seguisse o caminho planejado. “Eu já estava mudando os planos, não sabia o que fazer. Fui até a igreja procurar ajuda e o padre buscou a Assistência Social. Eles foram super legais e até arrumaram uma pousada para passar a noite”.
Niko conta ainda que a cicloviagem tem seus desafios, mas que ações solidárias como essas acabam fazendo com que a experiência seja valiosa. “Estou voltando à Argentina para visitar a família, então estou com muita ansiedade para chegar lá. Eu realizo alguns trabalhos de fotografia por onde passo para arcar com os custos da viagem. Para economizar, procuro sempre acampar ou, então, se hospedar na casa de pessoas que me convidam.Às vezes, viajar de bicicleta é muito sacrificante, devido ao peso, às subidas ou quando ela quebra, mas sempre tem recompensa, sempre dá certo no final e isso é lindo. O bom do Brasil é que as pessoas ajudam muito. Os brasileiros, mesmo quando não possuem muita coisa,compartilham o pouco que têm”, concluiu.